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Ganhe dinheiro em uma garage sale

A chegada do verão significa temporada das garage sales, uma boa maneira de se livrar de roupas e objetos que só ocupam espaço e ainda ganhar algum dinheiro.

Basta dar uma volta por qualquer vizinhança, principalmente nos finais de semana, que é fácil encontrar cartazes anunciando uma garage sale em determinada casa ou edifício. A garage sale ou yard sale nada mais é do que colocar as coisas velhas e sem uso que você deseja vender bem em frente à garagem ou no jardim da sua casa ou edifício.

Uma tradição na América do Norte, a garage sale pode se tornar um evento divertido, além de uma oportunidade de interação com os vizinhos e, de quebra, ainda ajudar a quem precisa. O OiCanadá conversou com Al Chiasson, 44 anos, que frequenta e organiza garage sales há muito tempo.

Mais prático

A primeira experiência da qual Al se lembra foi aos 10 anos de idade, quando ele e garotos da vizinhança decidiram juntar os brinquedos velhos pra vender ou trocar. “Colocamos tudo no jardim de uma casa e trocamos nossas coisas.” – conta ele, que diz o primeiro evento organizado como adulto ter acontecido em 1992.

Segundo ele, não faz sentido vender algo por $2 no e-bay, porque dá muito trabalho, especialmente por ter que enviar o item por correio e deixar tudo estocado em alguma parte da casa. “Eu curto fazer uma garage sale por que você faz tudo em um dia, e não deixa de ser uma boa oportunidade para aproveitar um dia ao ar livre.” – diz.

Vale quase tudo

Nesse tipo de evento, você pode vender de tudo um pouco, como livros, DVDs, CDs, coisas da casa, roupas, móveis pequenos, eletrodomésticos etc. Al conta que sempre deixa uma caixa vazia no armário durante o ano, “Quando estou limpando ou compro algo novo, coloco nessa caixa material velho ou coisas que não quero mais, para a minha próxima garage sale.”

Por mais que você tente colocar à disposição produtos que tenham venda mais fácil, nunca se sabe o que vai realmente vender bem. Certos itens podem surpreender, principalmente os mais estranhos. Al comenta que certa vez tinha um marcador de ferro (daqueles usados em gado), e que até pensou em jogar fora, por que ninguém ia querer. “Eu resolvi colocar para vender e foi o primeiro a ser comprado naquela manhã.” – diz ele, que também se lembra de ter ido a um evento desses e alguém estava vendendo um pote de vaselina usado. “Certa vez, uma mulher tentou arrancar as plantas do jardim do meus primos para comprá-las. Creio que foi a mesma que tentou comprar o cercadinho em que o bebê do meu primo estava dormindo.”

Barganhando

Se ao organizar uma garage sale você não sabe o quanto cobrar por um item, visite uma loja de produtos usados ou até mesmo outras garage sales. Mas não coloque preços muito baixos, por que sempre haverá alguém pronto para barganhar. Al comenta que os valores são sempre negociáveis. Ele procura colocar os preços um pouco mais alto deixando espaço para barganhar. “Se eu quero $10 por uma mesa, então escrevo $20, caso o cliente chegue a oferecer $10, eu ainda fico com o que queria.”

Ele diz que muitas pessoas pagam pelo o que está na etiqueta e não pedem desconto algum, mas também recebe ofertas que são nada razoáveis. “Uma mulher queria me dar 5 centavos por um item que eu pedia $7. Se ela tivesse oferecido $5, eu teria concordado, mas não por 5 centavos. Eu mandei ela passear.”

Juntando a galera

Programa pra fim de semana

Uma boa maneira de organizar uma garage sale é conversando com família, amigos e vizinhos para que mais pessoas façam parte do seu evento. Mais gente significa menos trabalho e ao mesmo tempo mais opções de objetos para os seus eventuais compradores. Al fez a sua junto com sua família. Ele diz que o local onde mora não era tão bom como o de sua irmã, além do fato dela ter muita coisa pra vender, então haveria mais chance do evento ser bem sucedido. “Pessoas não se incomodam em parar pra olhar se você tiver apenas algumas coisas na mesa pra vender.”

Outro fator para o sucesso do evento é promovê-lo na vizinhança através de cartazes grandes, claros e criativos. Uma boa opção é divulgar em jornais comunitários e até na internet. Al coloca anúncios em jornal local como o Toronto Sun, e também em sites como Kijiji e Craigs List. “Se você não promover, você não fará dinheiro.” – afirma ele.

O RedFladDeals, site canadense de barganhas, possui um mapa interativo onde você encontra garage sales em Toronto, Ottawa, Vancouver, Calgary e Edmonton. Você pode listar a sua por lá. Vale uma pesquisa.

Regras

Antes de organizar uma garage sale, vale considerar algumas leis municipais. Em Toronto, por exemplo, é ilegal realizar este tipo de evento mais de duas vezes por ano no mesmo local. O código do município diz que “ninguém deve vender em garage sales objetos pessoais que não tenham sido usados anteriormente, ou que não tenham ligação com a residência, ou, em caso de venda em conjunto, com as residências da vizinhança. “Isso também quer dizer que você não pode vender itens em consignação ou que tenham sido adquiridos já com a intenção de revenda.

A maioria das municipalidades de Ontário possui leis similares, e também restrições de tamanho e localização de cartazes. Alguns itens podem estar fora de regulamentação para venda, como dardos com pontas alongadas ou andadores para bebês. A própria Health Canada alerta que muitos produtos para crianças e bebês sofreram atualizações através dos anos, por isso vale checar se o material teve recall (que ocorre quando a empresa recolhe os produtos vendidos com defeito, substituindo-os por novos).

Outros produtos como jóias para crianças, brinquedos, assentos para carros, cosméticos, capacetes para hóquei, cortinas foram substituídos ou redesenhados por razões de segurança. Visite o site da Health Canada para lista completa.

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Christian Pedersen é natural de Santos, São Paulo. No Brasil, trabalhou na gravadora Roadrunner Records, depois abriu um escritório de promoção e marketing para bandas e artistas, tendo clientes como a gravadora BMG, os selos Geléia Geral e Dubas. Christian mudou-se para Toronto em 2002, e virou cidadão canadense em 2007. Escreveu a coluna Conexão C no Brasil News em março de 2007 e, de maio a outubro de 2008, foi editor-interino do jornal. Do fim daquele ano, até outubro de 2010, foi editor e co-fundador do blog OiToronto.

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