Siga-nos

OiCanadá

Cultura

10 coisas que não encontrei em Toronto

Muitas vezes só nos damos conta da existência de algumas coisas quando elas somem de nossas vidas. Viver em outro país, de repente, dá aquela sensação de olhar para o lado, e cadê? Aquilo que era parte do seu cotidiano não está mais ali. Assim, até dei uma olhada, mas não encontrei umas dez coisas tipicamente brasileiras por aqui. 

  • Caminhão de gás

Aquele caminhão lotado de botijões de gás passando na sua rua tocando em alto e bom som “Für Elise” do Beethoven – a música do gás – com aquele motorista berrando: “olha o gás”, não vi ainda. Não existem muitos botijões de gás por aqui, somente para churrasqueiras mesmo, pois os fogões são elétricos em sua maioria.

  • Motoboys

Parar no semáforo e ficar cercado por todos os lados por uns 50 motoboys buzinando alucinadamente, acelerando na sua orelha ou dando aquela ajeitada no seu retrovisor, além de xavecar a menina no volante, também não encontrei ainda. Esse friozinho daqui acaba inibindo a prática.

  • Porta giratória nos bancos

A tão famosa e odiada porta detectora de metais dos bancos no Brasil, aquelas que bloqueiam até fantasma, que levam as tiazinhas à loucura com suas bolsas-baú e provocam até a nudez de alguns mais liberais, não achei também em nenhum banco. Você entra em qualquer agência bancária de boa, aqui não tem isso.

  • Frentistas

Aquele rapaz simpático, com aquele bonezinho típico da categoria, pra você dizer: “completa aí, amigão”, nunca encontrarei. Não existem frentistas. Nos postos de gasolina é sua a responsabilidade, não importa o clima, de ir lá e fazer todo o serviço, e pagar por isso.

  • Restaurante por kilo

Até encontrei o pague e coma à vontade. Mas, fazer o seu prato pensando se vai passar de 1kg ou se aquelas duas rodelas de tomate sobre aquela folhinha miúda de alface do lado do filezinho de frango vai parar nos 200 gramas, segundo aquela balança caça-níquel no final do buffet, não achei também.

  • Flanelinhas

Esse não faço muita questão de encontrar: o flanelinha. Aquele oportuno sujeito que diz onde você deve estacionar e prontamente apto a “olhar” o seu carro por alguns dólares, graça a Deus não apareceu ainda. Desnecessário.

  • Cachorro Vira Lata

Trata-se de uma espécie em extinção em todo mundo. Mas, também não vejo esse ser amado do homem, de raça indefinida, virando latas atrás de comida, dando uma pausa pra amenizar sua sarna com aquela coçada básica, nas ruas de Toronto. Aqui os cachorros só saem de coleira, todos têm seus donos e suas comidas apropriadas, e até latem em inglês.

  • Cobrador de ônibus

Não tem. Os ônibus do TTC são pagos com moedas diretamente num recipiente próprio para tal. O motorista nem toca no dinheiro. Sendo assim, esse ser simpático e falastrão dos busões do Brasil não consta na lista de profissões em demanda da imigração, por enquanto.

  • Festa Junina

Fogueiras, bandeirinhas, barraquinhas de quentão e vinho quente, aquele povão vestindo quadriculado, ouvindo “pula fogueira, iô-iô, pula fogueira iá-iá”, não encontrei também. Apesar dos vários festivais típicos de Toronto, ainda não achei nossa festança de St. Anthony.

  • O jeitinho brasileiro

Não adianta, os canadenses não têm isso e nunca terão. Nosso jeito de se safar não consta no DNA deles. Isso é nosso. A gente se vira. Contudo, não encontrei entre eles, mas onde tem brasileiro….

Talvez não tenha procurado direito ou até já tenha me esquecido daquilo que era meu, mas caso você saiba do aparecimento dessas ou de outras maracutaias brasileiras, me avise.

Continue lendo
Publicidade
Leia também...
Avatar photo

Paulistano de berço (São Paulo), Filósofo de formação (Unicamp), Blogueiro dedicado (Blog Numa Fria), Descobridor de Toronto em família (2014).

13 Comentários

13 Comments

        Deixe uma resposta

        O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

        Mais em: Cultura

        Topo