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A vida universitária em Toronto

Ser estudante na Universidade de Toronto é uma oportunidade única de conciliar divertimento e aprendizado.

Na parte acadêmica, a Universidade de Toronto lhe dá muita liberdade na escolha dos seus cursos. Apesar de haver disciplinas obrigatórias para a sua área de estudo, no geral é  você quem monta a sua própria grade curricular de acordo com seus interesses. Isso é especialmente interessante para pessoas “perdidas na vida”, indecisas quanto à área em que querem seguir. Eu, por exemplo, cursei no primeiro ano disciplinas de Filosofia, Geografia, Antropologia, Geologia, Sociologia e Literatura. Isso permitiu que eu descobrisse várias áreas nas quais eu não imaginava ter interesse. Outro aspecto positivo é que as aulas são poucas, curtas, bem planejadas e bem dadas. Grande parte do aprendizado, pelo menos na área humana e de ciências sociais, acontece através das leituras e dos trabalhos (que não são poucos).

Existe, portanto, uma flexibilidade na rotina de estudos. A única ameaça  é deixar acumular muitas tarefas e leituras, o que pode acontecer com certa freqüência já que é você quem administra o seu próprio tempo e as distrações estão em todo lugar.

Nos finais de semana, sempre há algo para fazer. As opções variam desde bailes formais organizados pela própria universidade até  festas em residências estudantis (as famosas house parties, muitas vezes sombrias e caóticas). Se você não souber o que fazer em uma sexta à noite, ligue para um amigo e ele quase certamente saberá de algo interessante acontecendo. Ainda assim, se ninguém souber de nada, sempre existe a possibilidade de ir a baladas estudantis como a Dance Cave na Bloor St., onde estudantes não pagam para entrar, ou o Tattoo Rock Parlour, na Queen, onde a entrada nunca passa de 10 dólares. Isso sem falar dos incontáveis bares que circundam o campus.

O lado ruim, porém, é que tudo termina muito cedo. O metrô fecha a 1h30 da manhã; se você morar longe, isso pode ser um problema. Os bares e as boates param de servir bebidas às 2h e ligam as suas luzes de despedida às 3h, expulsando os persistentes que insistem em não voltar pra casa. Também tem que ficar esperto com os seguranças desses locais, que fazem de tudo para você não entrar (sabe-se lá por que), mesmo que você tenha mais de 19 anos e esteja com documentos válidos. Na semana passada, por exemplo, uma amiga minha não pôde entrar na Dance Cave apesar de possuir um documento oficial do Quebec, uma carteira de estudante da McGill (a principal universidade de Montreal) e uma carteira de estudante internacional. É surreal: eles aceitam a carteira de motorista do Brasil, mas não documentos da província vizinha!

Resumidamente, as regras rígidas da vida noturna canadense e a liberdade concedida ao estudante em guiar a sua vida acadêmica permitem um estilo de vida que chamo de “boemia puritana”, ou seja, uma vida agradável onde há um equilíbrio entre estudos e diversão.

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Adam, 21, é estudante de filosofia e sociologia na Universidade de Toronto. Natural de São Bernardo do Campo (SP), Adam morou durante a infância e a adolescência na Suíca, na China, nos Estados Unidos e no Brasil. É co-fundador e co-presidente do grupo estudantil Brazilians United in Canada (BRAZUCA), cujo objetivo é difundir a cultura brasileira e integrá-la a outras culturas em sua universidade.

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