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Boates de striptease querem suprir escassez contratando estudantes

A decisão do governo canadense de negar o visto a estrangeiros para trabalhar como dançarinos exóticos no país gerou protestos de donos de boates de striptease. Contratar estudantes internacionais pode ser a estratégia usada para suprir a escassez de strippers.

Não faz muito tempo que o OiCanadá publicou uma reportagem exclusiva com uma stripper europeia que corre o risco de ter que voltar para o seu país por não poder mais renovar o seu visto de trabalho como stripper no Canadá. No início de julho o governo canadense anunciou banir a entrada de strippers estrangeiros para trabalhar no país como uma medida para prevenir o tráfico e exploração sexual de mulheres.

Strippers estrangeiros que já atuam na função no Canadá poderão continuar trabalhando, mas a permissão de trabalho não será renovada a partir de agosto desse ano. A decisão deve fazer com que 800 strippers tenham que voltar para o seu país de origem assim que o visto for expirado. Com a condição de não ter o seu nome revelado, o gerente de uma boate de striptease no centro de Toronto concordou em conversar exclusivamente com o OiCanadá.

“A maioria dos nossos clientes procuram garotas de etnias diferentes, principalmente europeias e latinas, e a decisão do governo terá uma grande impacto nessa indústria’, disse ele. “Eu não acredito que esse fato tenha algo a ver com prevenir a exploração sexual de garotas, até porque trabalhar em uma boate oferece uma maior segurança. O partido Conservador governa o país no momento e a gente sabe como eles vêem essa indústria”.

O gerente da boate afirmou que para ser contratada como stripper é preciso ter visto de trabalho e possuir no mínimo 19 anos, e ressaltou que o local que gerencia não contrata meninas em situação ilegal no país. Ele confessou que a estratégia usada para atender à grande demanda de clientes será contratar estudantes estrangeiros com permissão de trabalho, inclusive brasileiras. “A mulher brasileira é sensual por natureza, e isso é fundamental para o sucesso desse setor. Vamos entrar em contato com feiras de empregos em universidades canadenses com excelentes propostas de trabalho. Trabalhar como stripper no Canadá é seguro, legal e dá a oportunidade de ganhar muito dinheiro, que pode ser usado para pagar o curso universitário que é sempre mais caro para quem não é imigrante”.

O OiCanadá entrou em contato com a University of Toronto que se recusou a comentar a aceitação de boates de striptease em feiras de emprego, mas um dos gerentes do centro de Emprego e Aperfeiçoamento de Carreira da Ryerson University, Ian Ingles, disse em entrevista a um jornal local de grande circulação que “ter a indústria do entretenimento adulto presente em feiras de emprego não seria apropriado e não combinaria com o tipo de expositores que existem nesse tipo de evento”.

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Marcio Rollemberg é pernambucano e formado em jornalismo. Foi editor-chefe de um telejornal universitário, produziu documentários e trabalhou como repórter de TV no Brasil. Em 2005 mudou-se para Toronto e atualmente é um dos colaboradores de uma revista e de um canal de TV. Em 2011 juntou-se a equipe do OiCanadá, onde escreve matérias sobre Turismo e Variedades.

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