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Chipman, New Brunswick

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Brasileiros mudam para New Brunswick para operar máquinas florestais

O movimento começou ainda antes da pandemia, quando 13 brasileiros conquistaram vagas em uma madeireira da província do leste do Canadá que montou uma agressiva campanha de contratação no Brasil. E a expectativa é de que mais gente pegue a mesma estrada para mudar de vez para terras canadenses.

A turma de brasileiros veio através do programa de imigração das províncias que formam o bloco conhecido como Maritimes e que traz gente já com emprego garantido. Nesse caso, as vagas eram para operadores de máquinas florestais com pelo menos um ano de experiência e conhecimentos bem básicos de inglês. 

Salário de CAD $70.000 ao ano

Com salário em torno 70 mil dólares por ano e apoio do empregador para tratar da papelada da imigração, a oportunidade se mostrou imperdível e só não veio mais gente porque a pandemia fez o contratante tirar o pé do acelerador.

Muitos dos que chegaram se instalaram na zona rural de New Brunswick, em Chipman, uma vila com menos de mil moradores. As autoridades locais ergueram às pressas casas de pequeno porte para receber o pessoal que veio sozinho, mas trouxe esposa e filhos quando a COVID-19 deu uma trégua no verão canadense do ano passado.

Mais de 7.500 vagas

A empresa responsável pelas contratações confirma ainda que há 17 novas famílias programadas para desembarcar em Chipman este ano, mas que o problema de mão-de-obra é mais profundo e cobre as suas operações não só em New Brunswick, mas no Canadá todo. A companhia afirma que tem mais de 7.500 vagas em aberto e que chegou à conclusão de que há pouca perspectiva de conseguir preencher todas as posições com gente que já esteja no país. 

Pra contornar esta dificuldade, eles montaram um departamento totalmente dedicado à imigração em 2019 que trouxe, além dos brasileiros, profissionais da Ucrânia e da Finlândia.

Em 2020, a expectativa do departamento era conseguir contratar pelo menos 400 imigrantes nos próximos três anos. O número total, no entanto, pode ficar abaixo do esperado, por conta da pandemia. Um evento de recrutamento de várias empresas que visitariam Argentina, Brasil, Chile e Colômbia neste mês de março teve que ser cancelado.

Baixo custo de vida

New Brunswick tem uma população que nem chega a um milhão de pessoas. A província é composta por um punhado de vilas e apenas oito municípios: Fredericton, que é a capital, Saint John (a maior cidade), Moncton, Dieppe, Edmundston, Campbellton, Bathurst e Miramichi. 

O centro e o sul do território têm o inglês como idioma comum, enquanto o norte mantém a tradição de ter mais pessoas com o francês como língua principal. Mas, de fato, New Brunswick é a única província canadense oficialmente bilíngue e é possível sobreviver facilmente tendo domínio tanto de um quanto do outro idioma.

O baixo custo de vida é também um dos maiores atrativos da região. O aluguel de um apartamento de dois quartos por lá, por exemplo, sai por menos de mil dólares por mês — bem mais leve que os CAD $1,792 pagos em Vancouver, CAD $1,635 em Toronto ou os CAD $1,517 cobrados em Ottawa.

O preço médio das casas na província também é bem mais atrativo, mal passando dos CAD $200,000, enquanto chega a CAD $434,000 em Montreal, mais que quadruplica em Toronto e passa do um milhão em Vancouver.

A empresa responsável pelas contratações mencionadas nesta matéria foi a J.D. Irving, Limited.

Fernanda é carioca, publicitária, desenvolvedora web, co-fundadora e editora-chefe do OiCanadá. Imigrou para o Canadá no final de 2006 e se tornou cidadã canadense em 2011.

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