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Ministério da Imigração quer criar aplicativo para casar imigrantes com melhor destino de emprego

Interessado em garantir maior nível de retenção e de satisfação dos imigrantes e de um impacto ainda mais positivo na sociedade e na economia canadenses, o Ministério de Imigração está pesquisando uma espécie de aplicativo de “relacionamento” tipo Tinder que ajude a combinar empregos e cidades com quem está chegando. 

A ferramenta, que usa inteligência artificial e foi batizada de GeoMatch, já está em estudo há dois anos em parceria com a Universidade de Stanford dos Estados Unidos, e usa dados históricos que caracterizam a experiência profissional, qualificação e competências dos imigrantes, além das necessidades e vocações econômicas das cidades do Canadá. Também entram na composição do algoritmo as médias de salários de cada uma destas localidades, taxas de desemprego e ainda as tendências de crescimento ou queda populacional. 

A esperança é que, um dia, o GeoMatch consiga analisar o perfil de uma pessoa e fornecer, então, uma lista de destinos possíveis e classificados de acordo com a expectativa de salário naquela cidade.

A cidade onde o imigrante se estabelece é considerada como uma peça definidora do seu sucesso econômico no país, mas até agora a escolha desse local tem sido um jogo de sorte ou azar, em que há uma tendência de as pessoas escolherem os grandes centros. Toronto, sozinha, recebe 31% de todos os imigrantes. 

A pesquisa

Nestes dois anos de pesquisa, os especialistas monitoraram a renda dos imigrantes em seu primeiro ano de assentamento no país. Depois, colocaram na balança a idade, gênero, continente de nascimento, nível de escolaridade, status da família, gênero, ano de chegada, tipo de processo de imigração, experiência e campo de trabalho, competência linguística e ainda nível de experiência canadense (estudo e trabalho). 

Chacoalhando os dados assim e assado, a equipe descobriu, então, que, na média, as pessoas que haviam escolhido Toronto tinham a cidade como a 20a. melhor opção dentre as 52 regiões estudadas no país. Descobriu também que, se 10% seguissem as sugestões apontadas pela pesquisa, o impacto na economia canadense seria de CAD $55 milhões por ano. 

Outras perspectivas

Claro, porém, que é preciso analisar estes resultados com calma. A súbita concentração de imigrantes com perfis semelhantes num só local pode saturar rapidamente o mercado e ter o efeito contrário. Também é preciso considerar a saúde, a motivação e outros fatores individuais e computar certas vantagens oferecidas por um destino, como a presença de familiares ou amigos, o clima, o tamanho e a diversidade cultural de uma cidade. 

Há ainda críticos que dizem que usar dados do passado para predizer o futuro em tempos de mudanças rápidas como os que vivemos é simplesmente impossível, podendo, na melhor das hipóteses prever um bom presente, mas não muito mais que isso.

Fernanda é carioca, publicitária, desenvolvedora web, co-fundadora e editora-chefe do OiCanadá. Imigrou para o Canadá no final de 2006 e se tornou cidadã canadense em 2011.

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