Vistos e Imigração
Adiada a rodada de 2020 de patrocínio de pais e avós
Tradicionalmente, janeiro é o mês em que o governo recebe formulários de residentes permanentes e cidadãos canadenses demonstrando interesse em trazer seus pais ou avós para o Canadá. Mas o ministério da imigração já avisou que esse ano não vai ser assim — o programa está sendo revisto e ainda não tem data certa para reabrir.
O ministro Marco Mendicino, responsável pela pasta da imigração, garante que a aceitação de novos pedidos será retomada “o mais rápido possível”, mas por enquanto a única certeza é que haverá mudanças no Parents and Grandparents Program (PGP).
O volume de imigração da categoria seguirá firme na casa dos 21 mil, o que representa apenas 6% do volume total de imigrantes. Mas o PGP tem um histórico de alterações e já era previsto que algo seria feito depois dos problemas enfrentados no ano passado.
Histórico
A princípio, o PGP era um sistema aberto o ano todo que processava as candidaturas à medida em que elas eram recebidas pelo governo. Mas a análise muita lenta dos processos criou uma fila de espera gigantesca. Em 2011 havia mais de 165 mil pessoas aguardando uma resposta e o tempo médio de processamento já chegava aos cinco anos. O resultado disso era que muitos pais e avós faleciam antes mesmo de receberem uma resposta.
Para resolver a situação, o governo suspendeu então a aceitação de novos processos por um ano e o reabriu em 2012 com novos números. As 15 mil vagas saltaram para 25 mil e assim ficaram até o 2013, encolhendo depois aos poucos para as atuais 21 mil vagas.
Em 2017, o sistema também deixou de aceitar as aplicações em ordem de chegada (first-come, first-serve) para funcionar como uma loteria. Os interessados tinham um período de 30 dias para comunicar seu interesse. Depois o governo escolhia de maneira aleatória quem poderia de fato enviar sua candidatura. Mas o sistema não funcionou direito, com muita gente sorteada não levando a cabo o processo. E por isso o ministério de imigração resolveu mais uma vez reformular tudo.
Da loteria para a corrida
Em 2019 voltou-se à avaliação por ordem de chegada. O governo colocou um formulário online e avisou que analisaria os primeiros 27 mil inscritos. O problema é que as vagas foram preenchidas em menos de 10 minutos, com a procura chegando a mais de 100.000 pessoas.
Na sequência, começaram a pipocar processos e pelo menos 70 famílias conseguiram garantir na justiça a imigração alegando que o sistema discriminava quem não tinha internet rápida, aqueles com problemas físicos, intelectuais ou mentais e ainda quem não era bem alfabetizado, porque estas pessoas não tinham a agilidade necessária para garantir uma chance igual no processo.
Por conta de tudo isso, não havia outra alternativa senão reformular tudo. Agora, aos interessados só resta mesmo esperar.