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O alto preço em trazer pais e avós para o Canadá com o Super Visa

A criação do Super Visa, lançado em dezembro com o objetivo de fazer com pais e avós possam vir ao Canadá com mais rapidez e facilidade, oferece vantagens para quem quer ficar mais tempo perto da família. Porém, não são todos que podem arcar com as despesas exigidas pelo governo federal.

O novo modelo de visto foi criado com o objetivo de reduzir a grande quantidade de processos na categoria reunificação familiar. Por isso, o governo federal suspendeu por dois anos novas aplicações de sponsorship de pais e avós, esperando acelerar a finalização de mais de 150 mil casos.

O novo tipo de visto tem validade de 10 anos e permite que pais e avós possam ficar no Canadá até 24 meses. Mas o alto custo do seguro obrigatório de saúde e os requisitos mínimos exigidos para a obtenção do Super Visa têm causado frustração em algumas pessoas.

Uma semana depois que o Super Visa foi lançado, o OiCanadá entrevistou a garçonete Paola Pérez, uma das pessoas que ficou bastante animada com a possibilidade de trazer sua mãe da Colômbia para o Canadá com mais rapidez. Na ocasião, Paola disse que “quando a gente está longe, sentimos falta principalmente nas datas especiais, como aniversário e Natal”, acrescentando que ter a mãe por perto faria com que sua felicidade estivesse completa.

Ontem (24/01) o OiCanadá entrou em contato novamente com Paola para saber se tinha realmente aplicado para obtenção do Super Visa para sua mãe. A garçonete afirmou que teve algumas dificuldades para juntar toda a papelada, mas que com muito esforço conseguiu enviar a aplicação.

“Eu trabalho somente meio período e todo mundo sabe que garçom em Toronto ganha menos que o mínimo exigido por causa das gorjetas que recebem”, disse ela. “O problema é que eu tive receio que isso pudesse atingir na quantia mínima exigida para trazer minha mãe para cá. Por isso usei uma carta do meu trabalho afirmando quando eu ganho em gorjetas para ser qualificada”, afirmou ela, se referindo à renda mínima exigida pelo goveno federal.

Um outro ponto que incomodou Paola foi o alto custo do seguro de saúde. “Apesar de eu achar importante que minha mãe tenha o seguro, acho um absurdo ter que pagar o ano inteiro se ela vem para ficar somente alguns meses”, confessou.

Paola deu entrada no Super Visa para sua mãe no início do mês e ainda não recebeu a resposta final. Segundo o Departamento de Imigração e Cidadania do Canadá, o tempo de espera varia de acordo com o consulado canadense de cada país, mas no geral dura em torno de oito semanas.

O preço do seguro de saúde (que devem ser obtidos de empresas canadenses e cobrir $100 mil em despesas) varia de $1,200 a $4 mil por ano, levando-se em consideração o histórico médico e a idade do cliente. Não existe nenhum plano de pagamento mensal e deve ser adquirido com antecedência. Caso pais e avós de imigrantes desejem retornar ao país de origem após alguns meses vivendo no Canadá, o dinheiro investido no seguro, de no mínimo um ano, não será devolvido. Algumas companhias de seguro, como a Best Quote Travel Insurance divulgam os preços na internet.

A consultora de imigração da Canadian Legal and Immigration Services Jane Desmond acha que a exigência do seguro de saúde será benéfico para o próprio indivíduo, mas concorda que é o preço é alto. “Acho que com isso o governo canadense tira uma responsabilidade das costas e joga nas dos familiares. Apesar de muita gente não ter condição financeira, os custos com hospitais no Canadá podem chegar a um preço astronômico. Por isso ter o seguro de saúde é como um benefício preventivo”, disse ela ao OiCanadá.

Pais e avós que pretendem passar alguns meses no Canadá, ainda tem a opção de aplicar para o visto regular de visitante e tentar renová-lo enquanto estiver no país.

Marcio Rollemberg é pernambucano e formado em jornalismo. Foi editor-chefe de um telejornal universitário, produziu documentários e trabalhou como repórter de TV no Brasil. Em 2005 mudou-se para Toronto e atualmente é um dos colaboradores de uma revista e de um canal de TV. Em 2011 juntou-se a equipe do OiCanadá, onde escreve matérias sobre Turismo e Variedades.

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