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AGO & ROM: O melhor da arquitetura mundial em Toronto

O Royal Ontario Museum (ROM) e a Art Galery of Ontario (AGO), os museus mais importantes de Toronto, passaram por projetos de renovação que levam a assinatura de duas das maiores estrelas da arquitetura mundial: o canadense Frank Gehry e o polonês Daniel Libeskind. Numa visita aos dois edifícios, vale a pena reservar uns momentos só para observar o trabalho de ambos.

Os dois projetos receberam nomes grandiosos — “Renaissance ROM” e “Transformation AGO” –, foram anunciados em 2002 e as obras aconteceram praticamente ao mesmo tempo. No ROM, a reforma ficou pronta em junho de 2007. Na AGO, em novembro de 2008. Até a conta ficou parecida: 270 milhões de dólares canadenses foram gastos no ROM, 276 milhões na AGO. Houve também muita controvérsia, nem todo mundo gostou do resultado final, mas o fato é que os dois museus colocaram Toronto no mapa da melhor arquitetura produzida hoje no mundo.

O escritório de Daniel Libeskind, responsável pelo Michael Lee-Chin Crystal (como foi chamada a nova ala do ROM, em homenagem ao empresário que doou 30 milhões de dólares para o museu) foi o escolhido para desenhar o mais cobiçado projeto arquitetônico dos últimos tempos: o One World Trade Center, em Nova York, que vai substituir as duas torres destruídas nos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. O complexo, que inclui o prédio mais alto dos Estados Unidos, vai ser inaugurado em 2014 e o custo é na casa dos bilhões de dólares.

Para o ROM, Libeskind criou o grande cristal que parece ter aterrissado sobre o velho prédio do museu. Uma intrincada estrutura de aço sustenta as placas de vidro e alumínio que dão o aspecto futurista ao exterior do edifício. Por dentro, o museu ganhou um atrium gigantesco, com espaço suficiente para acomodar o esqueleto de um titanossauro argentino com 26 metros de altura. As novas galerias são um labirinto cheio de ângulos agudos, passarelas flutuantes e janelas em forma de polígonos irregulares que às vezes chamam mais a atenção do que os objetos expostos. Há quem goste, há quem deteste o resultado.

Na AGO, a transformação foi menos dramática. Até porque o prédio antigo não era particularmente interessante e uma reforma conduzida por quem é considerado o maior arquiteto da atualidade é quase uma garantia de sucesso. Frank Gehry, o autor do projeto, é uma unanimidade mundial principalmente depois que criou o Museu Guggenheim de Bilbao, em 1997, transformando a cidade espanhola numa meca turística. As curvas de titânio desenhadas por Gehry fizeram do Guggenheim um ícone da arquitetura moderna e uma das construções mais famosas do século XX.

Como teve que trabalhar com um edifício já existente, Gehry realizou em Toronto um projeto bem mais modesto que o celebrado museu de Bilbao. As linhas curvas da nova fachada norte não chegam a ser impressionantes, talvez porque a AGO fica numa rua apertada e movimentada, e não há como apreciar o desenho do arquiteto com a distância necessária. O que pouca gente faz é dar a volta no prédio onde está a grande surpresa.

A fachada sul revela uma parede de vidro e titânio azul onde flutua uma extraordinária escada em forma de caracol. O entorno também ajuda. O parque Grange, com suas construções antigas de tijolo vermelho e a proximidade de outro marco da arquitetura da cidade, a extravagante sede do OCAD, formam uma moldura perfeita. Há ainda o efeito espetacular da luz do sol sobre o titânio, motivo suficiente para visitar o parque em diferentes horas do dia.

Na parte de dentro, Gehry deixou sua marca com uma escadaria, também cheia de curvas, que é mais uma escultura do que uma ligação entre os andares da AGO, e a Galeria Italia, uma das áreas mais bonitas e agradáveis do museu. O interior do novo espaço pode ser visto do lado de fora, assim como a cidade pode ser observada através da estrutura de vidro e madeira que forma a galeria. O nome é em homenagem à comunidade italiana de Toronto que ajudou a financiar o projeto.

Para quem visita ou mora em Toronto, ROM e AGO são atrações imperdíveis. Ter a oportunidade de ver de perto os trabalhos de grandes nomes da arquitetura como Libeskind e Gehry é com certeza um privilégio. Comparar os dois prédios e escolher o melhor torna o passeio ainda mais interessante.

A AGO fica no 317 da Dundas Street West, e o ROM no 100 da Queen’s Park Avenue. Para mais informações sobre o ROM, visite o post Royal Ontario Museum: Cultura e história do mundo em um só lugar.

Patricia Almeida nasceu em Curitiba e começou a carreira de jornalista na TV Paraense, emissora filiada à Rede Globo, na capital paranense. Depois mudou-se para São Paulo, onde foi coordenadora de produção do Jornal Hoje, editora-executiva do SPTV e editora de texto do programa “Mais Você”, também na Rede Globo. Foi ainda produtora de documentários da Rede SescSenac. Veio para o Canadá em 2003 e durante 8 anos foi produtora de programas em língua portuguesa da OMNI TV. Além de colaborar escrevendo para o OiCanadá, é também responsável por manter o Instagram do blog atualizado com belas fotos.

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