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Conheça o mundo fazendo amizades no Canadá

Quando você decide fazer um intercâmbio, surge aquela ansiedade de conhecer tudo o que é novo. Quando eu cheguei em Toronto, há 6 meses, não imaginei que, além de conhecer coisas novas, pudesse encontrar tantas pessoas de outros países. Pessoas que se tornaram amigos. E o melhor: essas amizades ajudam bastante no aprendizado do inglês, já que você provavelmente não saberá falar os idiomas deles.

Fazendo os cálculos, fiz amigos de aproximadamente 20 países: Arábia Saudita, Japão, Coreia do Sul, Sérvia, México, Rússia, Tailândia, Colômbia, Alemanha, Ucrânia, Honduras, Inglaterra, Índia, Portugal, França, Estados Unidos e, óbvio, Canadá e Brasil.

São muitas nacionalidades para conseguir falar de todos nesse post, por isso citarei as que mais me chamaram a atenção.

Começo com os meus amigos árabes. Com eles, aprendi que na região próxima à Arábia Saudita não há somente “homens bombas”, violência ou coisas do gênero. Pude conhecer mais sobre o Islã. Saber como é o Ramadan, o jejum que eles fazem todos os anos. E aprendi também sobre como eles se vestem em épocas festivas. Até ganhei uma roupa árabe do meu amigo. Inclusive, agora eu sei que na Arábia Saudita é uma tradição comer com as mãos. Mas não se preocupe se você vier em Toronto e for a um restaurante árabe. Com certeza será possível encontrar talheres. Mas, se prepare. Além de ser uma comida barata e gostosa, os pratos costumam ser bem fartos. O que eles tem em comum com os brasileiros?! A alegria. Árabes e brasileiros juntos, é certeza de muito barulho e diversão.

Com os orientais, aprendi a comer com os palitinhos: os chopsticks ou hashi. Eu não tinha a menor ideia de como manuseá-los, e existe toda uma técnica. Mas os orientais me ensinaram muito mais do que isso. Os coreanos me mostraram o respeito ao outro. Na Coreia do Sul, eles se saúdam conforme a idade de cada pessoa. É uma forma de respeito ao mais velho. Por isso, muitas vezes a primeira pergunta que fazem quando te conhecem é: “quantos anos você tem?”.

Já os japoneses são tecnológicos. Entendem tudo da modernidade computadorizada. São pontuais ao extremo. Coisa que os coreanos – e brasileiros – não são. Ambos, coreanos e japoneses, são muito amigáveis e companheiros. Só faço um alerta aos homens. A maioria das mulheres orientais são recatadas. Elas não estão acostumadas com beijos no rosto, comumente dados no Brasil. No entanto, assim como nós brasileiros aprendemos sobre suas culturas, elas também aprendem. Chega um momento em que elas entenderão o jeito brasileiro.

A família da casa onde fiquei em meu primeiro mês era da Inglaterra, mas eles estão aqui há mais de 19 anos. É inegável a pontualidade. Se você marcar um encontro às 7h, não chegue às 7:05h. Eles já estarão te esperando e se perguntando o porquê do atraso. Fiquei apenas um mês hospedado lá, mas eles são grandes amigos meus até hoje. O que os ingleses têm em comum com os brasileiros? Adoram futebol.

Os portugueses, quando encontram brasileiros, se sentem em casa. A conversa flui como se estivéssemos no Brasil. Eles amam o nosso país. Amam o futebol, as novelas e a música. Assim como os mexicanos. Não sei quem faz mais barulho, no sentido de diversão. Se são os brasileiros, os árabes, os portugueses ou os mexicanos. Juntando um pouco de cada, a “farra” é boa e garantida.

Mas uma coisa é fato. Quando você chegar ao Canadá, vai se perguntar onde estão os canadenses. Isso porque o país é uma mistura de nacionalidades. Muitas vezes, no metrô, me senti na Ásia. Mas continue sua busca pelos canadenses. Você irá encontrá-los. Sejam os professores do curso onde você estuda ou em pubs (com exceção dos pubs latinos, claro). Se quer fazer amigos canadenses, vá para a balada canadense. Essa é uma boa dica. Mas o que eles têm em comum com os brasileiros? Essa é uma pergunta que eu deixo para você mesmo descobrir. Boa sorte e divirta com seus novos amigos. Lembre-se: o brasileiro é querido em praticamente todo o mundo.

Ah! Aqui, no Canadá, é muito fácil encontrar os brazucas. Confesso que algumas vezes tentei evitar a amizade com brasileiros, mas é inevitável. Eles entendem as nossas dificuldades como ninguém, seja a saudade de casa ou qualquer outra coisa. Aqui em Toronto fiz grandes amigos brasileiros. Pessoas que talvez não seriam meus amigos em terras canárias, por algumas diferenças e temperamentos distintos. Mas o destino nos aproxima tanto que nos torna quase uma família. Choramos e rimos juntos. Nos divertimos e brigamos também. Mas a amizade continua firme. Alguns já se foram para o Brasil.

Essa é a pior parte. Em apenas duas semanas, fui ao aeroporto cerca de quatro vezes para dizer tchau a amigos. Doloroso, mas necessário. Cada um tem um plano de vida, e quando se faz intercâmbio, é preciso ter essa consciência. Contudo, diz-se um adeus agora, para dizer um oi amanhã.
Aos meus amigos gringos, e brasileiros, “valeu!”. Essa é uma palavra que todos os meus amigos estrangeiros conhecem e que, com certeza, você também ensinará aos seus. E também aprenderá muitas palavras nos idiomas deles.

Bem vindo a Toronto, no Canadá. Para mim, a capital civilizada do mundo. Literalmente, um país com muito mais de uma língua.

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