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Experiência

Passando pela imigração no aeroporto

[DANIELLE ZURK] Quando comecei a planejar meu intercâmbio, uma coisa que me assombrava era o medo do aeroporto e da Imigração, “E se eu me perdesse?”, “E se eu não conseguisse entender o que eles estavam falando?”, “E se desse algum problema na Imigração e eu fosse impedida de entrar no país?”. Essas perguntas ficaram na minha cabeça até a chegada a Toronto.

Já no avião as aeromoças me perguntaram tudo em inglês, e mesmo eu já sabendo bastante, minha cabeça ainda estava girando com tanta mudança e eu me senti um pouco perdida. Mas por sorte sentei ao lado de um rapaz super disposto a ajudar e me descontrair.

Minha chegada a Toronto foi bem tranquila, o caminho até a Imigração é bem longo, eu subi escadas, desci escadas, mas o meu medo de me perder logo foi apagado já que o fluxo é natural e você é automaticamente “guiado” ao lugar certo. O aeroporto estava bem vazio então não tive que esperar nada para ser atendida pelos oficiais.

Primeiramente fui guiada a um guichê onde um Oficial super educado me atendeu e me encaminhou para uma outra oficial que ficava dentro de uma salinha. A mulher me pareceu meio séria e impaciente, mas como eu já previa, levei todos os meus documentos: passaporte, carta da escola, carta da homestay, extrato do meu VTM e alguns outros papéis extras, todos separados dentro de uma pastinha, e na hora que ela me pediu só tive que entregá-los.

Como já disse, não tive problemas com meu inglês, pois já o dominava relativamente bem, mas uma amiga que eu conheci em Toronto me disse que, como ela não falava nada de inglês, deixou toda papelada dentro de uma pasta, como eu, e assim que entrou na sala só disse: “I don’t speak English”, e entregou a pasta ao oficial, que pegou os documentos necessários, concedeu a autorização e a liberou em seguida.

O meu visto me dava permissão de estudo e trabalho, mas a oficial me olhou e perguntou o que eu estava indo fazer lá, e quando eu respondi prontamente “curso de inglês”, ela disse: ” Mas curso de inglês não dá direto a visto de trabalho, dá?”. Eu prontamente respondi que sim. Responder com segurança e firmeza é sempre a melhor opção. Ela deixou a sala por uns 2 minutos, alguns dos minutos mais longos da minha vida, e voltou com as minhas permissões de estudo e trabalho, e logo me liberou.

Saindo dali me sentindo leve, peguei minha mala e, na saída da última porta, um oficial me liberou para a esquerda, desembarque, caso eu fosse para direita, significaria que eu teria que abrir a minha mala, mas eu fui liberada e segui em frente achando que minhas preocupações tinham acabado. Só que eu estava enganada.

Quando fechei o curso com a escola, “ganhei” o translado do aeroporto até a minha escola, mas e eu só fui ler o email em que a coordenadora pedia para confirmar a viagem com no mínimo 24 horas de antecedência algumas horas antes de embarcar, o que me deixou na dúvida e com um pouco de medo de ninguém ir me pegar. Eu já estava na área de desembarque com uma mala pesando mais de 32 quilos (sim, eu paguei sobrepeso), e andei desesperadamente de um lado para o outro procurando alguém que segurasse a plaquinha com o meu nome, mas não conseguia achar. A área de desembarque é bem pequena e não tem muito como não encontrar a pessoa, o que para mim significava que ninguém havia ido me buscar. Depois de andar muito, sentir que meu braço ia cair de tanto puxar aquela mala pesada, decidir comprar um cartão e tentar novamente ligar para a minha coordenadora (já havia tentado no dia anterior).

Comprei um cartão telefônico, o famoso “calling card”, com um senhor asiático que só aceitou minha nota de cem dólares após eu quase implorá-lo. Após várias tentativas frustradas de tentar digitar todas aquelas instruções atrás do cartão e não conseguir, a única coisa que me vinha à cabeça era: “Eu quero voltar para o Brasil! O que eu vim fazer aqui?” O desespero tomou conta de mim e, quando eu menos esperei, estava chorando.

Quando eu finalmente tinha desistido, passei por uma mulher que estava com uma placa abaixada e pude ler meu nome. Pensa em um alívio! O que acontece é que eles não vão lá para pegar somente uma pessoa e os nomes ficam escritos como se fosse em um “livro” e eles ficam mudando as páginas, o que significa que eu passei várias vezes em frente a ela mas todas as vezes estava com o nome de outra pessoa.

Bom, depois de todo esse desespero, deu tudo certo. Fui encaminhada à minha homestay e finalmente pude relaxar e curtir a sensação de estar em Toronto pela primeira vez. De toda essa história eu concluí que nervosismo só atrapalha, e firmeza nas respostas é sempre a melhor solução. No final das contas, uma vez que seu visto tenha sido concedido no Brasil, raramente você terá problemas ao entrar no país. Relaxe e aproveite a chegada ao Canadá, para que tudo comece com o pé direito.

foto: vanderwal

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