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Como deve ficar a imigração após a crise da COVID-19

O fechamento das fronteiras e as incertezas em relação à economia têm deixado nervoso quem estava fazendo planos de se mudar para o Canadá. Uma das grandes questões é se o país continuará com as portas abertas para imigração. Veja o que especialistas têm a falar sobre o tema.

Há uma pequena parcela hoje no Canadá que está aproveitando o clima gerado pela pandemia para fazer discursos contra a imigração. Para esta turma, é hora de priorizar empregos para os canadenses que estão de braços cruzados e, ao mesmo tempo, investir também na produção local daquilo que nas últimas décadas passou a ser fabricado longe do solo canadense.

Mas a verdade é que o estrangeiro que passa pelo processo de imigração nunca foi e continua não sendo concorrente do desempregado canadense. E isto acontece porque o que o imigrante preenche, de fato, é a lacuna deixada pela baixa taxa de natalidade registrada há anos no país.

Cálculos demográficos apontam que a taxa de natalidade deveria estar em 2,1 para cada mulher para que o Canadá pudesse se manter de pé sem a chegada de novos braços. A realidade, porém, aponta na direção oposta: o índice estava em 1,6 em 2010 e segue em ligeira e constante queda desde então. Hoje ele está em 1,5 e já tem quem aposte que ela vá cair ainda mais.

O baixo índice de natalidade é uma marca registrada entre os millennials (nascidos entre 1981 e 1996) e a Geração Z (nascidos entre 1997 e 2012). Ron Kneebone, professor de economia da Universidade de Calgary e estudioso do tema, acredita, porém, que esta característica tem tudo agora para ficar ainda mais marcante.

Para ele, a história prova que as crises econômicas tendem a encolher ainda mais o número de nascimentos porque é natural que as pessoas se sintam inseguras quanto à sua capacidade de prover para mais filhos em tempos conturbados.

Na mesma linha, Benjamin Tal, economista do Canadian Imperial Bank of Commerce, acrescenta que dentro de 10 a 15 anos o país estará totalmente dependente dos imigrantes que estão chegando agora. 

Ou seja, mesmo após os estragos provocados pela pandemia, a imigração continuará a ser uma necessidade irrefutável para a sociedade canadense, ainda mais se o país resolver mesmo diminuir sua dependência de produtos produzidos além das suas fronteiras: com mais produção local, será preciso encontrar mais trabalhadores para preencherem as novas vagas. 

Por tudo isto, alguns especialistas chegam a apostar que o país se verá, na verdade, obrigado a aumentar seus números anuais de imigrantes — inclusive para contornar os meses de paradeira em que praticamente não há novos “landings” em função do coronavírus. 

Ou, em outras palavras, quem está sonhando em construir uma vida nova no Canadá deve seguir em frente com seus planos. Talvez leve um pouquinho mais de tempo para se realizar a mudança. Talvez novas profissões entrem no rol das necessidades do país. Mas o caminho, com certeza, continuará aberto.

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