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Canadá sofre com falta de mercadorias, atrasos em entregas e preços em alta

Está cada vez mais fácil notar a falta de certos produtos nas lojas físicas e até virtuais. Peças para consertos de carros, por exemplo, estão atrasando os serviços, e até a IKEA já anunciou que este ano não haverá a tradicional venda de árvores de Natal em suas lojas — simplesmente porque a mega rede não conseguiu assegurar a sua compra. Entenda aqui o que está causando este problema e como ele pode afetar o seu dia a dia.

A culpa de toda esta confusão, segundo Karen Kancens, vice-presidente da Shipping Federation of Canada, está nas mãos do coronavírus. É que a pandemia fez o foco dos gastos migrar dos serviços (academia, eventos, restaurante, viagens, shows…) para produtos, com os consumidores correndo para comprar itens para o home office, para a ginástica em casa, para a diversão no quintal e tudo mais.

Essa mudança em massa fez subir em 15% o volume de importações em 2020, em comparação com 2019, e criou um engarrafamento logístico que resultou em prateleiras vazias, longas filas de espera e preços em escalada que atingiu primeiro os produtos importados, mas que agora está gerando problemas também nos itens made in Canada.

Efeito dominó

O problema tem um efeito dominó: está mais difícil encontrar espaço nos contêineres de transporte. Por conta disso, o preço dos contêineres foi para as alturas, batendo todos os recordes possíveis. Também está mais difícil e mais caro encontrar um navio para levar os contêineres e tanto os portos de espaço quanto recebimento estão com filas de espera gigantescas — no porto de Los Angeles, que é simplesmente o maior dos Estados Unidos, havia no dia 2 de novembro de 2021 mais de 540.000 contêineres (93 cargueiros) à espera para o desembarque, segundo dados do Marine Exchange of Southern California. E a fila de atraso cresce no ritmo de 11.000 contêineres por dia!

Por sua vez, esse tempo de espera parado no mar empurra de novo o preço do transporte para cima e aí entra na equação a tal penúria de mão de obra, que tem elevado os ganhos dos trabalhadores do setor de transporte — o que também afeta o preço final de tudo quanto é produto: os importados e os feitos aqui mesmo. Enquanto também estica o prazo de entrega.

Duração do problema e dicas para sobreviver 

Os mais otimistas que trabalham no setor acham que a confusão deve achar um ponto de equilíbrio pela metade de 2022. Mas há também quem aposte que, mesmo depois do nó logístico ser resolvido, os preços continuarão em alta, por conta de outros, como a escassez de braços para trabalhar e o problema do aquecimento global, causando desastres constantes como foi com o fogo no verão e a enchente às vésperas do inverno em British Columbia. Este tipo de problema, no ritmo e na intensidade que se vê hoje em dia, afeta a distribuição e até a produção de certos itens, e a madeira para a construção é um bom exemplo disso. 

O que os consumidores podem fazer para ajudar neste momento é tirar um pouco o pé do acelerador em relação às compras, evitando principalmente as tentações constantes do e-commerce e adquirindo mesmo apenas o essencial. A outra dica é sair pela tangente, procurando produtos similares que estejam à disposição e com entrega garantida ou enrolando um pouco mais para ir mexer com, por exemplo, um detalhe meramente cosmético no carro. E em termos de Natal, o melhor é adiantar as compras e sem fazer promessas, porque aquele brinquedo tão querido pode simplesmente não estar à disposição a tempo.

Fernanda é carioca, publicitária, desenvolvedora web, co-fundadora e editora-chefe do OiCanadá. Imigrou para o Canadá no final de 2006 e se tornou cidadã canadense em 2011.

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