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Ser mãe no Canadá

A ideia de ter um filho num país diferente gera insegurança e dúvidas. Mesmo assim, este é o desejo de muitas brasileiras, embora poucas saibam como é feito o atendimento a gestantes no Canadá. Por isso, o OiCanadá vai mostrar a experiência de Elaine Aguiar, mãe de Gabriel, que nasceu há quatro meses em Toronto.

O dia e a hora de sua chegada foram marcados com bastante antecedência: 10 de agosto de 2009, às 7h45 da manhã. E foi assim, pontualmente, que Gabriel veio ao mundo, no Hospital Mount Sinai, em Toronto. A escolha pelo parto cesáreo foi da própria mãe, a fonoaudióloga Elaine Aguiar. “Normalmente, no Canadá, a equipe médica orienta a mãe para ter parto normal. No meu caso foi fácil escolher a cesareana porque eu já tinha feito uma, da minha primeira filha, Natália. Senão ia ser mais difícil optar, mas não é impossível, sei de gente que bateu o pé e conseguiu.”, explica.

Filho de mãe pernambucana e pai baiano, Gabriel foi planejado com muito amor. É o primeiro integrante da família a nascer no Canadá, para onde Elaine e Cláudio imigraram em fevereiro de 2008 com a primogênita Natália, de três anos, que nasceu no Recife.

Mal entendido

Assim que descobriu a gravidez e começou a fazer os primeiros exames, Elaine conta que se sentiu bastante insegura e que a primeira impressão não foi das melhores: “Achei o médico muito frio. Não consegui ver o bebê na ultrassom, pois eles não viram a tela para a paciente. Então eu fiquei lá deitada olhando para o teto, literalmente um saco. Pelo menos Cláudio (pai de Gabriel) estava lá acompanhando e conseguiu ver”, relembra.

E as críticas não pararam por aí: “Também achei um absurdo você não ter o direito de ficar com o exame, como acontece no Brasil. É preciso pagar 5 dólares por cada foto do bebê que você quiser, já que o exame você nem sonha em pegar”, completou.

Felizmente, o mal estar foi resolvido de forma rápida e os problemas superados por completo. Na consulta seguinte, Elaine foi atendida por um outro obstetra, “bem mais simpático”. Para alívio da futura mamãe, o anterior era apenas o substituto. Ufa!

Confira o depoimento de Elaine sobre a experiência de ser mãe no Canadá:

Pré-natal: “Foi feito no Hospital Mount Sinai e todas as consultas marcadas com antecedência. Eles me passaram um calendário com todas as consultas e exames que eu tinha que fazer nos próximos três meses, pra que eu pudesse planejar datas e horários. Ficamos bem satisfeitos depois de passar pelo mal entendido do médico substituto que nos atendeu na primeira consulta”.

Parto: “Foi marcado com dois meses de antecedência. Tivemos que chegar ao hospital duas horas antes, ou seja, às 5:45 da manhã. Perto das 7:45, fomos chamados para os procedimentos pré-operatórios: colocar o soro, verificar os batimentos cardíacos do bebê e a minha pressão. Depois, seguimos para a sala de cirurgia. Cláudio assistiu ao parto, que foi super rápido. Quando iam puxar Gabriel, me perguntaram se eu gostaria de vê-lo e aí baixaram o pano, levantaram minha cabeça e orientaram o papai para preparar a câmera e tirar fotos. Depois, deixaram o bebê em contato comigo. Depois de limpá-lo e checar se estava tudo bem, entregaram Gabriel para Cláudio, que ficou cuidando dele até o fim da cirurgia. Também convidaram meu marido para cortar o cordão umbilical, e ele, como um papai corajoso, aceitou. A equipe foi super atenciosa, sempre pedindo a câmera para tirar fotos nossas, me perguntando se eu estava me sentindo confortável”.

Pós-parto:
“Após a cirurgia, fomos para a recovery room (sala de recuperação), onde fiquei por quase quatro horas. As enfermeiras que cuidaram de mim eram pessoas super legais e me fizeram me sentir à vontade para pedir ajuda no que fosse preciso. No primeiro dia, por exemplo, eu não conseguia trocar as fraldas de Gabriel e, como o papai ainda estava um pouquinho sem jeito, eu apertei o botão e pedi ajuda. Rapidinho a enfermeira chegou pra nos dar uma mãozinha”.

Primeiro banho: “À noite veio uma enfermeira para dar o primeiro banho no bebê. Aqui eles dão o banho no próprio quarto, assim a gente pode ver e reaprender. O bebê não sai de perto da mãe em momento algum desde o nascimento!”.

Internação: “Aqui, para as cesáreas, o padrão é ficar quatro dias internada, mas no segundo dia eu já estava me sentindo bem, e decidi pedir alta. Como estava tudo dentro do esperado e eu já tinha experiência com bebê, eles me deixaram ir para casa. A presença das enfermeiras super atenciosas foi essencial para minha recuperação, já que não tenho parentes em Toronto pra me acompanhar e Cláudio não podia ficar comigo 24 horas por dia por causa de Natália”.

Ou seja…

Prós

  • equipe médica
  • oportunidade da mãe acompanhar o instante do nascimento, pois aqui no Canadá eles baixam o pano que impede a nossa visão durante a cirurgia
  • nacionalidade canadense para Gabriel de forma automática e sem burocracia
  • exames da orelhinha e do pezinho realizados no próprio hospital

Contras

  • tive mais conforto no Brasil porque não consegui um quarto privado em Toronto, pois o hospital estava em reforma
  • não ter tido acesso ao resultado do exame do pezinho (apesar de acreditar que deu tudo normal, pois aqui eles só comunicam se houver alguma alteração)
  • a ausência da família

Conclusão: “Apesar de Natália ter nascido no melhor hospital de Recife, com serviço particular e tudo mais, de uma forma geral, nós gostamos mais da experiência de ter um filho no Canadá”.

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Julieta é curiosa, subjetiva e prolixa. É também contraditória o suficiente para admirar o que é simples. Não perde a oportunidade de puxar uma boa prosa, seja na fila do supermercado ou durante uma viagem de avião. Antes de tudo, se interessa por pessoas e pela origem das coisas. Desde os sete anos, quando seu pai comprou uma câmera vídeo, sonha em ser jornalista. O sonho a levou à Universidade Federal de Pernambuco, onde a recifense se formou em Jornalismo. Das brincadeiras com a câmera do pai, veio a paixão pelas telas e pela linguagem audiovisual. Começou na TV Universitária de Pernambuco, passou pela TV Alepe, TV Asa Branca (Caruaru/PE), TV Cultura e TV Globo Nordeste. Em 2008 se mudou para o Canadá, onde juntou sua experiência em televisão com a liberdade da internet. No OiCanadá, Julieta faz o que mais gosta e melhor sabe fazer: contar histórias.

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