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Leitores de Toronto

Um dia tem 24 horas. É o que temos pra fazer tudo: trabalhar, ir à escola, ao médico, se alimentar, dormir. É tanta coisa, não é mesmo? Será que sobra tempo pra ler? Aqui em Toronto, sempre se dá um jeitinho.

A cidade de Toronto tem 622 quilômetros quadrados de extensão, onde vivem dois milhões e quatrocentas mil pessoas. Por dia, pelo menos metade delas utiliza algum tipo de transporte público pra se deslocar de um ponto a outro da metrópole. E o que poderia ser uma simples viagem, se transforma num momento dedicado à leitura. No metrô, muita gente aproveita pra colocar a leitura em dia.

Alguns trazem um livro na bolsa, e quem não tem, nem precisa se preocupar. A oferta é grande. Dezenas de jornais e revistas estão disponíveis gratuitamente nas estações de metrô. Comprar o jornal do dia também é fácil: basta escolher nas máquinas espalhadas nas calçadas, os exemplares custam em média um dólar.

É no vai e vem entre Scarborough, na parte leste de Toronto, e o centro da cidade, que a professora Paulette Warner viaja… na leitura. “Eu passo em média duas horas por dia no metrô porque moro longe, por isso aproveito esse tempo para ler. Já devo ter lido uns dez livros pelo menos só nos últimos meses. Leio porque ganho conhecimento e aprendo novas palavras, sem falar que a leitura estimula o cérebro, é isso o que eu digo aos meus filhos”

Seja dentro do vagão, ou à espera do metrô, a leitura encontra espaço na rotina agitada de quem vive em Toronto. E sabe aquele tempinho enquanto o street car não chega? São preciosos! A enfermeira Alda Montez não desperdiça um minuto sequer, e o ponto de ônibus vira ”sala de leitura”. “Gosto de ler em inglês e português, porque nasci em Portugal e moro em Toronto há 18 anos”.

Quando não estão nas ruas, os leitores podem ser facilmente encontrados nas bibliotecas. Na Grande Toronto, existem 99 e elas são pra lá de movimentadas. Dezesseis milhões de pessoas, que pegam emprestado 30 milhões de itens por ano fazem do sistema de bibliotecas de Toronto o maior e mais visitado do mundo. O acervo em língua portuguesa ainda é tímido e está disponível em 13 das 99 bibliotecas.

Os serviços são gratuitos para todos que moram na cidade. Pra fazer o cadastro e ter acesso ao que é oferecido, basta ir à biblioteca mais próxima e levar dois documentos de identidade e um comprovante de endereço.

O mês de abril é o momento de celebração da leitura. Há três anos, o evento “Keep Toronto Reading” pretende estimular ainda mais o hábito de ler. “Nós promovemos debates, encontros com autores, clubes de leitura e venda de livros a um dólar. Tudo isso pra mostrar à população a importância da leitura”, explica a coordenadora de uma das bibliotecas, Ana Maria Costa.

A radialista Kathleen Pambertom é amante dos livros. A visita semanal à biblioteca é inadiável. “Quando não posso vir, leio livros pela internet. Eu tenho uma rotina muito agitada, mas como adoro ler, sempre encontro tempo. Dedicando 20 minutos do meu dia à leitura, consigo ler um livro por semana, e acho que todo mundo deveria fazer o mesmo, porque quem lê, se comunica com mais facilidade”.

Então chega de desculpas. Afinal, um dia tem vinte e quatro horas.

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Julieta é curiosa, subjetiva e prolixa. É também contraditória o suficiente para admirar o que é simples. Não perde a oportunidade de puxar uma boa prosa, seja na fila do supermercado ou durante uma viagem de avião. Antes de tudo, se interessa por pessoas e pela origem das coisas. Desde os sete anos, quando seu pai comprou uma câmera vídeo, sonha em ser jornalista. O sonho a levou à Universidade Federal de Pernambuco, onde a recifense se formou em Jornalismo. Das brincadeiras com a câmera do pai, veio a paixão pelas telas e pela linguagem audiovisual. Começou na TV Universitária de Pernambuco, passou pela TV Alepe, TV Asa Branca (Caruaru/PE), TV Cultura e TV Globo Nordeste. Em 2008 se mudou para o Canadá, onde juntou sua experiência em televisão com a liberdade da internet. No OiCanadá, Julieta faz o que mais gosta e melhor sabe fazer: contar histórias.

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