Cultura
O escândalo de 1810
Em 1810, um escândalo detonou a reputação de uma das figuras mais respeitadas da cidade, mas que acabou virando parte de uma estátua e também gerou uma curiosa história.
Na esquina das ruas Alexander e Church, no centro de Toronto, existe a estátua de um homem. O homem em questão é Alexander Wood, um mercador escocês, que se mudou para o Upper Canada, se estabelecendo na vila de York (hoje Toronto), em 1797.
Wood era dono de uma loja que vendia mercadorias vindas de Londres e Glasgow, e devido ao sucesso de seu negócio e as amizades com figuras influentes da cidade, tornou-se um magistrado, ou seja, uma membro do Poder Judiciário. Esse poder o colocou no centro de um escândalo, que deu o que falar naquela época.
No ano de 1810, uma moça chamada Bailey foi vítima de estupro. Ela procurou por Alexander, o responsável pela investigação do caso, alegando que não sabia a identidade do estuprador, mas que havia deixado marcas no pênis do violador durante o ataque. Em uma maneira de encontrar o agressor, Wood resolveu inspecionar pessoalmente as genitálias de vários suspeitos, procurando pelas marcas deixadas pela vítima. Na época, vários rumores foram espalhados em relação à conduta do magistrado durante essas inspeções, inclusive a de que ele mesmo havia inventado o estupro como uma oportunidade para seduzir homens. O então renomado Wood passou a ser ridicularizado e recebeu o apelido de “Molly Wood” (Molly era uma gíria negativa para homossexual).
Após o escândalo, Wood foi embora para a Escócia, ficando lá até 1812, quando retornou a York, reassumindo sua posição de magistrado. Em 1827, ele comprou terras nas ruas Yonge e norte da Carlton, onde hoje estão as ruas Alexander e Wood, a área onde está a sua estátua, inaugurada em maio de 2005. Atrás do pedestal onde a estátua foi instalada, existe uma placa com uma imagem de Alexander inspecionando um suspeito.