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Uso do capacete pode reduzir número de mortes de ciclistas

Uma boa maneira de explorar Toronto no verão é através de bicicleta. Quem não possui esse meio de transporte, tem a opção de alugá-lo através do sistema BIXI, disponível em várias partes da cidade. Porém, é preciso cuidado na hora de pedalar. Um relatório divulgado há uma semana mostra que a falta do uso do capacete é uma das principais causas responsáveis pela morte de ciclistas em Ontário.

O estudo, intitulado “Revisão da Morte no Ciclismo”, foi feito pelo Departamento de Chefia de Medicina Legal de Ontário e analisou as causas das 129 fatalidades nas rodovias da província entre 2006 e 2010 envolvendo ciclistas. Durante esse período, segundo o relatório, somente 27% das vítimas usavam proteção na cabeça. Lesões cranianas nos 71 corpos examinados pela pesquisa contribuíram para a morte dos ciclistas, algo que poderia ter sido evitado com o uso do capacete.

No Canadá, o uso de capacete é obrigatório para ciclistas nas províncias de New Brunswick, Nova Scotia, British Columbia e Prince Edward Island. Em Ontário, a proteção é mandatória somente para quem é menor de 18 anos. No entanto, o relatório mostrou que mesmo entre grupo somente 44% das vítimas usavam capacete.

De acordo com o relatório, uma lei que obriga o uso do capacete na cidade de Vitória, na Austrália, fez com que o número de pessoas que usam proteção saltasse de 31% para 75%, reduzindo em até 51% as lesões cranianas de ciclistas. Porém em Ontário, uma boa parte das pessoas que usam a bicicleta como transporte se recusam a usar o capacete por diversos motivos como desconforto e preço. “Acho que pedalar tem a ver com liberdade e lazer. Quem tem uma bicicleta, sente prazer em pedalar. A obrigatoriedade do capacete pode servir com um desestímulo para o uso desse transporte”, acredita a bartender Amanda Ladell, que usa a bicicleta para se locomover em Toronto durante o verão.

Para que haja uma redução do índice de mortalidade de ciclistas nas rodovias de Ontário, é preciso uma colaboração conjunta dos usuários de bicicletas e motoristas, diz o estudo. Foi constatado que mais da metade das vítimas de acidentes envolvendo bicicletas tinham acima de 45 anos de idade. Das 129 mortes analisadas, 86% eram do sexo masculino e a maior parte das fatalidades ocorreram entre os meses de julho e setembro, principalmente entre os horários de 8pm a 10pm.

O número de casos envolvendo mortes de ciclistas nas rodovias tem diminuído a cada ano, mas houve um aumento significativo em 2010. O relatório sugere que sejam atribuídos espaços para bicicletas, pedestres e carros nas ruas que estão sendo construídas ou reformadas, assim como a criação de mais faixas para ciclistas e proteção na lateral dos caminhões, que podem ajudar a evitar a morte de quem pedala nas ruas.

Em alguns países da Europa é obrigatório que caminhões possuam proteção lateral, o que foi confirmado em diversos estudos que realmente evita acidentes envolvendo ciclistas e pedestres. Em diversos casos, a vítima é pega lateralmente e rola para debaixo das rodas do veículo.

foto: simon.carr

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Marcio Rollemberg é pernambucano e formado em jornalismo. Foi editor-chefe de um telejornal universitário, produziu documentários e trabalhou como repórter de TV no Brasil. Em 2005 mudou-se para Toronto e atualmente é um dos colaboradores de uma revista e de um canal de TV. Em 2011 juntou-se a equipe do OiCanadá, onde escreve matérias sobre Turismo e Variedades.

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