Siga-nos

OiCanadá

Paladar

Toronto ganha mais sabor

Cachorro-quente, batata-frita, sorvete… Até pouco tempo atrás, eles eram sinônimo de “comida de rua” em toronto. Mas, desde maio, a cidade ganhou mais sabor. Depois de anos de planejamento, finalmente o projeto “Toronto a la cart” chegou às ruas, trazendo a culinária de várias partes do mundo.

Está com muita pressa ou não tem dinheiro para ir a um restaurante? Não tem problema… você só precisa de um minutinho e cinco dólares para saborear este chicken byriani, prato tradicional do Paquistão. “Comida paquistanesa é a minha favorita. Eu geralmente como cachorro-quente por falta de opção, mas prefiro pratos mais gostoso e saudáveis, e este é perfeito”, disse o designer gráfico Justin Mcmillan.

Na opinião do desempregado Mohammad Hamze, “é muito legal poder comprar a comida e sentar ao ar livre. O preço está bom, considerando que é um prato de arroz com frango”

O vendedor Awais Ahmad me explica que o chicken byriani, feito à base de molho curry, é um prato especial no Paquistão, preparado apenas nos feriados religiosos porque leva muito tempo pra ficar pronto, mais de três horas. “Eu mesmo não cozinho, mas adoro comer e isso não demora muito”, brinca ele.

Além de frango, há também a opção com carne, frango picante ou o byriani vegetariano com batatas. O dono do negócio, paquistanês que emigrou para o Canadá há três anos, conta que até agora a resposta do público tem sido boa, e quando o sol aparece, a clientela é grande. “A idéia é que, com o passar do tempo, a gente amplie o cardápio com novas opções”, garante.

O cachorro-quente divide o mesmo espaço, está na mesma calçada, a poucos metros de distância. Mas, entre os dois, a diferença é grande, e não apenas no cardápio. Para fazerem parte do projeto Toronto a La Cart os comerciantes tiveram que enfrentar um longo e rigoroso processo de seleção.

Os candidatos tiveram que apresentar um plano detalhado, provar que tinham dinheiro para assumir o negócio e ainda cozinhar na frente de uma equipe de segurança alimentar da prefeitura, que observou os cuidados no manuseio dos alimentos. No final, o prato teve que ser aprovado por cinco chefs renomados da cidade. “A gente se sentiu num reality show, ficamos nervosos e muito assustados”, disse Kathy Bonivento.

De trezentos candidatos, apenas oito cumpriram todas as exigências, cada um representando um país diferente. Os carrinhos, devidamente identificados, estão espalhados em vários pontos da cidade. Kathy e Blair Bonivento trouxeram a Grécia para Toronto. Em frente à prefeitura, eles vendem, por cinco dólares, o chicken souvlaki, um enroladinho de frango no espeto com tomate, cebola e molho de iogurte. Até agora, eles já investiram 80 mil dólares no projeto, para pagar o aluguel do lugar na calçada e na compra do carrinho, especialmente fabricado para permitir um alto padrão de higiene. Pelo menos três vezes na semana, fiscais da prefeitura visitam as barracas para verificar se existe alguma irregularidade.

“Eles foram muito cuidadosos na seleção e é justo que agora exijam o melhor de nós para representar a cidade, até porque levamos o nome de Toronto conosco”, reconhece Blair Bonivento.

“Eu estou feliz que finalmente estamos seguindo o exemplo de grandes cidades como Chicago e Nova York, onde a variedade de comidas de rua é enorme. Esse foi o primeiro passo”, pondera Kathy, otimista.

Enquanto fazíamos a reportagem, uma cliente, fã de chicken souvlaki, provou a comida pela primeira vez e não teve dúvidas: “uma delícia”.  É claro que eu não resisti e também provei!

Continue lendo
Publicidade
Leia também...

Julieta é curiosa, subjetiva e prolixa. É também contraditória o suficiente para admirar o que é simples. Não perde a oportunidade de puxar uma boa prosa, seja na fila do supermercado ou durante uma viagem de avião. Antes de tudo, se interessa por pessoas e pela origem das coisas. Desde os sete anos, quando seu pai comprou uma câmera vídeo, sonha em ser jornalista. O sonho a levou à Universidade Federal de Pernambuco, onde a recifense se formou em Jornalismo. Das brincadeiras com a câmera do pai, veio a paixão pelas telas e pela linguagem audiovisual. Começou na TV Universitária de Pernambuco, passou pela TV Alepe, TV Asa Branca (Caruaru/PE), TV Cultura e TV Globo Nordeste. Em 2008 se mudou para o Canadá, onde juntou sua experiência em televisão com a liberdade da internet. No OiCanadá, Julieta faz o que mais gosta e melhor sabe fazer: contar histórias.

5 Comentários

5 Comments

    Deixe uma resposta

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    Mais em: Paladar

    Topo