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Celebrações do Orgulho Gay: Elas são iguais em Toronto e São Paulo?

Paulista, vi e vivi muitas paradas do Orgulho Gay na cidade de São Paulo nos últimos 10 anos. Vi uma aglomeração de 100 mil pessoas se tornar 1 milhão e aquilo que tinha um tom de celebração e protesto tomou as cores de um carnaval. No Canadá, em Toronto, vivi meu primeiro final de semana do Orgulho Gay e só posso dizer que são celebrações completamente diferentes. Se no Brasil a batalha ainda é pela conquista dos direitos, no Canadá, a batalha é para não esquecer os direitos já conquistados, é pela unidade de uma comunidade, é pela inclusão dos transgêneros. Veja fotos.

No sábado houve a Marcha Lésbica. Era uma marcha, não uma parada, então quem quisesse se juntar poderia simplesmente ir para às ruas e acompanhar as participantes. Aberta pelo tradicional bloco das “Dykes on Bikes”, o grupo das motoqueiras, a Marcha seguiu pela Yonge e pela Carlton St até o Allan Gardens, onde algumas apresentações aconteceram, como a performance do grupo asiático Raging Asian Women.

Em toda a marcha, o grupo mais animado era justamente o formado pelas meninas e o gringo do Maracatu. Os canadenses vibravam ao som do ritmo brasileiro e a marcha, de ar geralmente sisudo, se coloria de verde e amarelo, e vermelho e branco. Definitivamente não há nada que se compare com a alegria do povo brasileiro, e esse é um cartão de visitas reconhecido no mundo todo.

Domingo, na grande Parada do Orgulho Gay, a população se aglomerava durante toda a extensão da Yonge percorrida pela parada. Desta vez as ruas estavam protegidas por grades, separando o público do desfile, afinal, desfile não é colaborativo, é apreciativo. Nisso a parada de São Paulo parece muito mais inclusiva.

Trios elétricos e carros com as cores do arco-íris mesclavam-se aos grupos que desfilavam a pé, como na infantaria do exército, por uma vida sempre mais inclusiva, nesse país que já pratica o casamento de pessoas do mesmo sexo há 10 anos. A polícia não estava ali para “proteger e servir” apenas, a polícia se orgulhava dos seus membros gays, da população gay e desfilava para avisar a todos que não discrimina ninguém. A premier de Ontário – Kathleen Wynne – abertamente homossexual – desfilou a pé e fez questão de acenar a todos. Nada de carro alegórico, trio elétrico e distanciamento total da população.

Professores, estudantes, bombeiros, enfermeiros, policiais, empresas públicas de transporte. Todos fizeram questão de participar e mostrar seu apoio à comunidade gay. E isso foi o mais marcante – aqui já se aprendeu que todos são iguais e merecem os mesmos direitos e os mesmos deveres.

Melissa é formada em Jornalismo e se especializou no ensino da língua inglesa. Trabalhou com mídia eletrônica e realizou um vídeo-documentário exibido no festival de curtas de São Paulo; é professora e co-autora de livros didáticos de inglês. Muda-se para Toronto em 2013.

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