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Toronto tem mais de 99.000 casas desocupadas

Os recém-anunciados números do Censo 2016 da Statistics Canada, mostram que a cidade de Toronto não só alcançou Vancouver no número de casas desocupadas, o que lá chega a mais de 25 mil, mas também superou a cidade em mais de 74 mil imóveis desabitados. Agora, com mais de 99 mil casas desocupadas na cidade, a especulação do setor imobiliário de Toronto pode ser pior do que se pensava anteriormente. Entenda o que está acontecendo.

Os dados mostram que 99.236 imóveis na CMA (área metropolitana do censo) de Toronto não estão mais sendo ocupadas regularmente. Este número é tão grande que Paris, uma cidade com apenas alguns milhares de moradias desabitadas, considera uma emergência. Isso representa 4,5% de todos os imóveis na cidade, e uma mudança de 10,5% nos últimos 5 anos.

A maioria das moradias desocupadas encontram-se no centro de Toronto

O centro de Toronto apresentou uma média maior que o resto da cidade. A área ao sul da Bloor St., até o leste da Roncesvalles Ave. e à Oeste da Yonge St. apresentou uma média de 8,79% de casas desocupadas. Este número é também significativo porque o volume de habitação é muito maior. Por exemplo o distrito da moda (oeste da King St.) apresentou a enorme quantidade de 3,316 (21.81%) moradias desabitadas regularmente. A região norte da Yonge St. também teve uma concentração maior do que o habitual quando comparada ao resto da cidade.

Por que estas casas estão vazias?

Eu sei o que você está pensando, compradores estrangeiros! Bem, os compradores estrangeiros geralmente não participam do censo, então os proprietários são provavelmente os próprios residentes locais. AirBnB, pied-à-terre (segunda residência próxima ao local de trabalho), ou aluguéis de curto prazo são todos os motivos que eu já ouvi de proprietários de várias casas em Toronto. A razão mais popular entretanto, é provavelmente pura especulação. Uma das conseqüências de viver em uma cidade com um mercado imobiliário promissor é que os chamados “flippers”, investidores que compram imóveis antigos, renovam e revendem para obter lucro, estão mais interessados em segurar seus inventários até que as propriedades alcancem o valor de pico no mercado. De fato, há alguns meses, observamos que 1 em cada 3 casas da cidade estavam sendo vendidas nunca tendo sido habitadas, apesar de muitas terem sido construídas há alguns anos.

Como funciona a bolha do mercado imobiliário

Em fevereiro, o índice de preços de imóveis do Teranet-National Bank mostrou que os preços na Grande Toronto aumentaram 23% em relação ao ano anterior – ou cerca de 21% mais rápido do que a taxa de inflação.

Em resposta à crescente demanda, o número de propriedades oferecidas para venda caiu. Os vendedores potenciais estão hesitando em colocar suas casas e apartamentos à venda, pois acreditam que quanto mais esperarem, mais valor seus imóveis terão.

Em outras palavras, os preços em Toronto parecem estar se alimentando de si mesmos. Por quê? É a síndrome do FOMO (fear of missing out), conhecida como “medo de ficar de fora”. Os compradores temem que se não comprarem um imóvel agora, vão perder a chance de possuir uma casa. Por outro lado, os vendedores potenciais temem que, se venderem agora, perderão em lucros inesperados do aumento inevitável ​​dos preços. Com base nos últimos anos, estas se tornaram crenças racionalmente mantidas. A especulação é agora sinônimo de sabedoria.

Se você já é proprietário, maravilha. Se você é uma pessoa jovem, imigrante ou de classe média, a situação pode ser deprimente.

Toronto tem mostrado sinais de uma bolha clássica por muito tempo. E quando a bolha do mercado imobiliário explode, afeta todo o sistema financeiro e economia. Basta ver o que aconteceu nos Estados Unidos em 2008.

Então, o que está impulsionando os preços em Toronto?

Muitas coisas, algumas que não podem ser alteradas.

Por exemplo, existem as baixas taxas de juros de curto prazo do Banco do Canadá, uma resposta às fracas condições econômicas domésticas e globais.

Além disso, parte da causa do aumento de preços é um reflexo do crescimento populacional, com o aumento da população na área da Grande Toronto de cerca de 400.000 habitantes entre 2011 e 2016.

No entanto, o aumento de preços em Toronto foi muito mais alto do que o crescimento populacional e renda sugerida. Existe uma relação de longo prazo entre os rendimentos médios e os preços médios dos imóveis. Em Toronto, o inacessível agora é a norma.

Os economistas continuam apontando os perigos da bolha imobiliária canadense; O mais recente vem do Banco de Acordos Internacionais. Se a bolha estourar, prejudicará todo o país.

Este artigo é uma edição de dois posts dos sites Better Dwelling e The Globe and Mail. Clique nos links para ler as matérias completas em inglês.

Enquanto esse post estava sendo editado e traduzido, novas estatísticas foram publicadas pela mídia:

  • Segundo a Toronto Real Estate Board, os preços dos imóveis em Toronto sofreram um aumento de 33.2% em março se comparado ao mesmo período do ano passado.
  • O preço médio de um imóvel subiu de $688,011 para $916,567 desde março de 2016.
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Cinthia Ferreira é professora de português/inglês/francês e tradutora brasileira, residindo atualmente em Toronto, Canadá. Tradutora formada pela Universidade de Toronto especializada em: Marketing, Business, Turismo, Tecnologia e Documentação para processos de imigração como: Certidões de Casamento, Certidões de Divórcio, Atestados de Antecedentes Criminais, Certidões de Óbito, Diplomas, Documentos de Identidade, Históricos Escolares, Extratos Bancários, Cartas de Recomendação, Currículos, entre outros, nos seguintes idiomas: Inglês, Português, Francês e Espanhol. Professora de Inglês e Português formada em Letras, com mais de 10 anos de experiência em: Cursos Regulares ou Intensivos, Preparação para Teste de Cidadania Canadense, Preparação para exames de proficiência como TOEFL/IELTS, Preparação para exames da imigração CELPIP, MELAB e CAEL, Business English, Conversação, Gramática e Vocabulário através de cursos presenciais ou aulas online.

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