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Uma rua chamada Yonge Street

Ela já foi considerada a maior rua do mundo e retrata o que Toronto tem de melhor. É ponto de referência para moradores e palco dos principais eventos da cidade. O OiCanadá percorreu um trecho da Yonge Street e mostra por que essa gigantesca rua é tão querida pelos canadenses.

Pelo menos até o fim da década de 90 o Guinness Book, livro dos recordes, considerava a Yonge Street a maior rua do mundo. Apesar de existir um grande impasse sobre esse título, é assim que ela ficou conhecida. São aproximadamente 61.6 km que vão do prédio do Toronto Star na Queen’s Quay até o cruzamento com a Ravenshoe, na cidade de Georgina. Antes, com parte da Highway 11, eram nada menos que 1.896 km.

O início

Foi exatamente onde hoje funciona um dos jornais mais lidos da cidade, o Toronto Star, que a Yonge Street começou. O tenente-governador da então Upper Canada (hoje província de Ontário), John Graves Simcoe, ordenou que  construíssem o que viria a ser uma das grandes atrações do Canadá. Ainda é possível ver na calçada  os dizeres “This is the start of Yonge Street” (Aqui é o começo da Yonge Street) e também uma  placa que traz o ano em que ela foi construída, 1976. A Yonge Street, que  recebeu esse nome em homenagem ao secretário britânico de guerra George Yonge, é considerada um evento nacional de significado histórico. Seria impossível falar de Toronto sem citar a Rua Yonge.

Cultura pulsante

Quem percorre a Yonge Street se depara com várias atrações turísticas e culturais, principalmente na área de downtown (centro de Toronto). Hockey Hall of Fame, Sony Centre For The Performing Arts, Canon Theatre e College Park são apenas algumas delas. Em frente à Dundas Square, onde são realizados diversos shows e eventos, está um dos principais shopping centers de Toronto, o Eaton Centre. Na calçada em frente ao shopping é possível ver um mapa de todo o percurso da rua. É ali que o músico Peter Richards se apresenta diariamente há dois anos. “Essa área da Yonge é excelente para mim por ter uma concentração grande de pessoas, sobretudo de famílias. É para eles que eu toco”, afirma o baterista que trabalha em parceria com Ben, de 13 anos. “É a melhor parte de cidade. Me sinto muito bem em tocar para as pessoas que passam por aqui”, diz Ben.

Comércio intenso

É também nessa área da Yonge, sobretudo na parte que vai da Dundas até a Bloor, que encontramos um grande aglomerado de lojas, restaurantes, pessoas distribuindo panfletos e muita, muita gente. “É uma área bastante movimentada e isso é muito bom para os negócios” diz Mohammed Ullah, que mantém sua loja Perfume Collection há sete anos na Yonge Street. “Essa é a rua mais popular de Toronto. Aqui eu recebo diversos estudantes, turistas e pessoas que trabalham nas redondezas. Para a minha loja, a Yonge é a melhor opção.”

Luxo

A Yonge Street também faz parte do mais famoso cruzamento da cidade. É no encontro com a Bloor onde estão situadas a Biblioteca Pública e a principal estação de metrô da cidade, a Bloor-Yonge. Bem pertinho dali, a Yonge encontra a Yorkville, uma das áreas mais chiques e caras da cidade, com lojas de grifes exclusivas como Prada, Gucci e Louis Vuitton.

A consultora Ming Lung e o conselheiro de finanças Cuirus Ham escolheram a Yonge Street como cenário para uma sessão de fotos que será usada em um projeto. “É aqui onde tudo acontece. Turistas do mundo inteiro passam por aqui, diversos festivais são realizados no verão, existem grandes lojas. A Yonge é o coração de Toronto”, afirma Ming.

Eventos tradicionais

Em diversos trechos da Yonge são realizadas anualmente paradas tradicionais como a Gay Pride e a do Papai Noel. No ano passado a rua foi alvo de diversos manifestantes que se opuseram ao G-20, o encontro dos 20 países mais ricos do mundo. Diversas vitrines de estabelecimentos comerciais, principalmente bancos e lojas de grifes americanas, foram quebradas pelos chamados black blocks, um grupo de pessoas que se vestem de preto e se misturam em meio aos manifestantes.

Culinária internacional

Mais ao norte da cidade a Yonge encontra a St. Clair e posteriormente a Eglinton. É nessa região onde estão situadas boas escolas públicas e privadas, além de excelentes restaurantes italianos, tailandeses e mexicanos. Aliás, a diversidade cultural está presente em boa parte da Yonge Street. Na área onde a rua cruza com a Finch existe um número grande de imigrantes, principalmente vindos da Coréia do Sul, Irã e Rússia. A influência cultural desses países é visível nos letreiros de lojas e restaurantes da área.

Imóveis valorizados

Não é nenhuma surpresa que essa rua, cheia de conveniência e atrativos, seja muito disputada entre os moradores. “Toda a Yonge Street é valorizada. É uma rua onde escolas, supermercados, cinemas, lojas e transporte estão presentes e isso valoriza o imóvel”, afirma a agente imobiliária Cintia de Souza. “Quanto mais próximo do centro da cidade, mais caro o imóvel fica. Uma casa nas mediações da Yonge com a Bloor, por exemplo, custa em média de C$600 mil a mais de C$1 milhão”, avalia.

A Yonge Street consegue retratar a essência de Toronto. Uma rua cosmopolita, com deliciosos restaurantes, lojas variadas, preços para todos os bolsos e, principalmente, um estilo incomparável. Diante de tantos adjetivos, ser ou não a maior rua do mundo parece não ter importância nenhuma.

Marcio Rollemberg é pernambucano e formado em jornalismo. Foi editor-chefe de um telejornal universitário, produziu documentários e trabalhou como repórter de TV no Brasil. Em 2005 mudou-se para Toronto e atualmente é um dos colaboradores de uma revista e de um canal de TV. Em 2011 juntou-se a equipe do OiCanadá, onde escreve matérias sobre Turismo e Variedades.

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