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Centenas de ciclistas pelados participam da World Naked Bike Ride

Cerca de 150 pessoas pedalaram sem roupa no último sábado (16/06) em Toronto, em um protesto contra a poluição causada pelos veículos e os perigos que os mesmos oferecem a quem anda de bicicleta nas ruas da cidade. O evento fez parte do World Naked Bike Ride, o passeio mundial dos ciclistas sem roupa que acontece em 70 cidades e 20 países, incluindo o Brasil.

Era praticamente impossível não prestar a atenção no grupo de ciclistas peladões, que se reuniram no Coronation Park, próximo ao Exhibition Place, para juntos demonstrarem a sua preocupação com os riscos que correm diariamente devido  à falta de respeito no trânsito.

Alguns vestiram apenas meias, tênis e capacete. Havia também aqueles mais bem humorados, que utilizaram peruca e nariz de palhaço, assim como os mais “tímidos”, que fizeram o uso da pintura corporal. O grupo pedalou até downtown, em uma tarde bem humorada, mas ao mesmo tempo que trata de um assunto sério.

Essa é a 8a edição do World Naked Bike Ride, um evento que foi designado para protestar contra a dependência do petróleo. Além do Canadá, países como a Holanda, Espanha e Inglaterra fazem a passeata. No Brasil, ela começou em 2008 em São Paulo, e cidades como Aracaju e Brasília também já participaram.

Mas afinal, é preciso tirar a roupa para protestar? Segundo os organizadores, a estratégia serve para chamar a atenção com bom humor, fazendo com que as pessoas nas ruas se perguntem “por que eles estão agindo dessa forma?”, e a partir daí comecem a se interessar pela ideia.

Apesar dos organizadores acreditarem que “quanto mais atenção chamarem, melhor”, não quer dizer que todos os participantes sejam obrigados a estarem nus. A regra é “esteja tão nu quanto você ousar”, o que significa dizer que a opção depende de cada ciclista. O importante é se sentir confortável. No entanto, o evento também serve como uma iniciativa para rever conceitos relacionados à nudez. Pessoas de diferentes faixas etárias e formas físicas fazem parte da passeata, o que segundo os organizadores, mostra a grande variedade de corpos existentes, diferente das imagens manipuladas da mídia que estabeleceram um “padrão de beleza”.

A passeata dos ciclistas sem roupa em Toronto passou por diversos locais da cidade, como Yorkville, Queens Park, Yonge e Bloor, Kensington Market e a Prefeitura de Toronto, onde os manifestantes fizeram uma parada.

Com relação a se pode ou não andar nu pela cidade, o assunto é bastante polêmico. Fazer topless em Ontário é totalmente legal, o que quer dizer que qualquer mulher tem o direito de caminhar nas ruas mostrando os seios. As leis de nudismo geralmente focam no chamado “ato obsceno”, mas fica difícil distinguir o que é ou não permitido. Segundo alguns participantes do evento, usar tênis, faixas e pintura corporal não “significa estar totalmente nu”. De acordo com os organizadores, a existência de uma grande quantidade de automóveis, a dependência do petróleo e a falta de respeito dos motoristas são muito pior do que qualquer nudez.

foto: mygothlaundry

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Marcio Rollemberg é pernambucano e formado em jornalismo. Foi editor-chefe de um telejornal universitário, produziu documentários e trabalhou como repórter de TV no Brasil. Em 2005 mudou-se para Toronto e atualmente é um dos colaboradores de uma revista e de um canal de TV. Em 2011 juntou-se a equipe do OiCanadá, onde escreve matérias sobre Turismo e Variedades.

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