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Imigrantes criam bolsões étnicos nos subúrbios

As cidades canadenses estão vendo surgir cada vez mais bolsões étnicos em seus subúrbios. O fenômeno traduz necessidades básicas dos imigrantes: um senso de pertencimento, mais apoio e a possibilidade de criar uma network que se traduz em oportunidades de trabalho e mais contato social.

Diferente dos chamados guetos, que são, via de regra, áreas marcadas por pobreza, desesperança e sofrimento, onde as pessoas moram por falta de opção, os enclaves étnicos são fonte de prosperidade, como explica Sandeep Agrawal, professor da Universidade de Alberta que acaba de lançar um estudo sobre o assunto. E neles, as pessoas moram porque querem — tecnicamente, considera-se um bairro um bolsão étnico quando pelo menos 25% da sua população residencial pertence a um determinado grupo.

A tendência de se instalar onde outros imigrantes de background correlatos estão assentados não chega a ser novidade. A grande diferença hoje em dia é a sua localização.

Tradicionalmente, este tipo de ocupação ocorria perto do centro das cidades. Em Toronto, por exemplo, Kensington Market é uma prova disso, assim como Chinatown, ou a Little India na Gerrard St. Mas já faz alguns anos que a tendência mudou de direção, com os imigrantes desembarcando em peso nos subúrbios.

Em Edmonton, eles estão tomando conta de Mill Woods. Em Calgary, é o nordeste da cidade. No entorno de Toronto, temos Markham, hoje predominantemente marcada pela presença dos chineses, enquanto Woodbridge exibe em toda parte o peso da imigração italiana e Brampton abriga uma enorme população de indianos e paquistaneses.

Outro ponto de destaque no estudo capitaneado por Agrawal é uma nova perspectiva de entendimento destes bolsões étnicos. No passado, eles eram vistos como um indicador de isolamento social. Mas o estudioso acredita que esta visão esteja equivocada. Para ele, estes bairros são vivos, cheios de conexões e relações de apoio e ajuda mútua — emblemáticos para o multiculturalismo que o Canadá tanto incita.

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