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Conta de banco sem fronteiras começa a virar realidade no Brasil

A legislação brasileira ainda apresentava entraves para a implantação de contas correntes bancárias que aceitam moedas estrangeiras, mas já tem fintech brasileira furando esta muralha e a Transferwise também está na fila para oferecer o serviço.

Nas contas sem fronteira, o extrato pode ter valores em múltiplas moedas, como dólares, euros ou libras, facilitando a vida não só de viajantes e imigrantes, mas também de pessoas físicas ou jurídicas que exportam ou importam produtos.

Atualmente, este tipo de conta é permitida no Brasil apenas para operadores de turismo, casas de câmbio, operadoras de cartões de crédito, empresas de seguro, companhias ligadas ao petróleo e embaixadas estrangeiras.

Mas agora a Transferwise, uma startup fundada por dois estonianos em 2011 na Inglaterra, aguarda apenas a liberação de uma licença do Banco Central para oferecer aos brasileiros um serviço que ela já opera em outros países desde 2018: uma conta bancária completa e sem fronteiras.

Jeitinho brasileiro

No final do ano passado, porém, duas fintechs brasileiras, a C6 Bank e a BS2, acharam brechas na legislação e passaram a oferecer um produto similar a uma conta multimoeda. O problema é que nestas contas é até fácil transferir dinheiro, mas ainda existem algumas restrições.

Nestes dois bancos não é possível, por exemplo, pagar contas emitidas no exterior. Isso só funciona se o recebedor aceitar pagamento via cartão de crédito. É aí que o formato proposto pela Transferwise fará a diferença, ofertando pagamento de contas no exterior com o simples uso de um cartão de débito.

Mas mesmo com limitações, as novas contas com multimoedas das fintechs brazucas parecem ter emplacado. Enquanto a C6 diz que muitos dos seus clientes aderiram à ideia, mas não revela números, a BS2 garante que já soma mais de 50 mil dessas contas em sua carteira.

Competitividade

Desde 2016 no Brasil, a Transferwise funciona no país como uma casa de câmbio, oferecendo a vantagem de trabalhar com o dólar comercial no lugar do dólar turismo — o que na prática, as contas multimoedas das fintechs brasileiras também fazem. 

Mas nesse modelo, cabem apenas transferências pessoais, não sendo, portanto, uma solução prática para o mundo dos negócios como uma conta sem fronteira. 

Agora a empresa quer ampliar sua atuação no Brasil e, se conseguir a licença para sua conta multimoeda, deve mesmo chacoalhar o setor financeiro do país. É que o país é estratégico para a Transferwise, sendo o quinto maior mercado deles no mundo. 

Segundo representantes da companhia, o sucesso deles no Brasil tem a ver com imigrantes que mandam dinheiro para a família e pais de adolescentes e jovens adultos que remetem dinheiro para fora. Mas eles também têm registrado uma nova tendência: gente mais velha se mudando para Portugal e usando o sistema deles para transferir pensões e aposentadorias.

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Fernanda é carioca, publicitária, desenvolvedora web, co-fundadora e editora-chefe do OiCanadá. Imigrou para o Canadá no final de 2006 e se tornou cidadã canadense em 2011.

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