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Províncias anunciam planos de reabertura
Observando os planos de retorno descritos por várias províncias canadenses, dá para ver que a COVID-19 parece ter enterrado consigo a existência de certos itens que faziam parte essencial das nossas vidas, enquanto ressuscita alguns hábitos perdidos. Veja os planos provinciais de reabertura.
Ao todo, 8 províncias já revelaram como será (ou como já está sendo) o seu plano de reabertura. De todas elas, Ontário tem, porém, a explicação mais vaga possível e que vem, inclusive, sem data.
Por outro lado, Alberta, Saskatchewan, Quebec, Manitoba, Prince Edward Island, British Columbia e New Brunswick já estão na rota da reabertura, apesar de terem datas e regras bem diferentes e insistirem que tudo é relativo e flexível, podendo mudar a qualquer hora. Uma grande prova disso foi, aliás, Québec, que havia planejado um primeiro passo em termos de reabertura em Montreal e já adiou a data.
Mas o mais interessante é ver as tendências descritas pelos diversos planos. Por exemplo, barbeiros e cabeleireiros já estão funcionando em Manitoba, mas só será possível lavar, cortar, pintar e pentear o cabelo — fazer a barba, por exemplo, não está liberado.
Ups & Downs
O dinheiro físico está em baixa no Canadá. Nos planos de reabertura já divulgados, as regras são claras: a prioridade é viver num mundo cashless onde impera o cartão de crédito e/ou cartão de débito e, de preferência do tipo “tap and go” para evitar aquele momento de nervosismo quando é preciso teclar a senha na maquininha. E é difícil mesmo imaginar que quem se acostumou com a novidade retorne a encher carteiras e bolsos com moedinhas e notas. Seja esse alguém cliente ou fornecedor de serviços e produtos.
Outra coisa que deve continuar em baixa segundo os planos provinciais de reabertura é a aglomeração mesmo que em missas, casamentos, funerais e tudo mais. O limite muda um pouco de província pra província, mas não passa das 15 pessoas.
O comércio que retorna à atividade também segue, via de regra, a ideia de atender apenas 50% da sua capacidade anterior e sempre com o distanciamento de dois metros entre as pessoas. Se a distância for impossível, o uso de máscara também aparece, pelo menos como recomendação.
Longe do radar dos governos está a volta dos festivais de música, teatro, etc. Na área de cultura e entretenimento, o máximo que se vê é reabertura de museus, galerias e bibliotecas em algumas províncias, mas com a eliminação de tudo que era interativo e divertido, além, é claro, das limitações quanto ao número de pessoas presentes.
Quem trabalha em lojas, restaurantes, museus e similares também tem que ficar ligado na carga adicional de higiene que será exigida. Lugares com banheiro terão que caprichar muito mais, por exemplo, além de aumentar a intensidade da limpeza. E como no Canadá não é costume ter faxineira fazendo esse serviço, os funcionários terão que se adaptar e mandar ver no esfregão com produtos pesados.
Mais do que nunca, este verão será dos pátios. Em algumas províncias eles já estão liberados para funcionamento, mas com necessidade de mesas a dois metros de distância umas das outras. Ou seja, serão lugares disputadíssimos, com poucos assentos e muita demanda.
O preço dos produtos também seguirá tendência de alta já que todas as regras têm exigido diminuição da capacidade de atendimento em 50%. Um restaurante que atendia, digamos, 10 mesas por hora, poderá atender cinco e isso com certeza precisará ser repassado para o consumidor.
Outra mudança simples exigida pelas novas regras tem a ver com as salas de espera, que devem caminhar para a extinção. A novidade parece simples em cidades de pequeno porte ou se a pessoa tem carro (algumas províncias sugerem que a pessoa espere no carro e seja acionada via celular quando chegar a sua vez). Mas é difícil imaginar isso funcionando no centro de Toronto ou mesmo quando o inverno chegar.
Tudo indica porém que os cinemas tipo drive-in serão ressuscitados e devem passar a oferecer não só filmes, mas também shows de música e até, quem sabe, peças de teatro. Em BC já há sessões acontecendo, com capacidade reduzida e filmes antigos. E o governo de Quebec City está pensando em abrir três unidades em junho, para agitar as noites dos seus moradores.
Além disso, outra tendência que parece irreversível é a conveniência das entregas. O Canada Post, por exemplo, viveu um abril com volume semelhante ao véspera de Natal e a Amazon está desesperadamente contratando mais gente. E há também várias empresas em franca disputa pelo serviço de delivery de compras de supermercados.
Correndo por fora, estes tempos de COVID-19 vê também o ressurgimento de um velho conhecido agora em versão repaginada. Trata-se dos vendedores de frutas, verduras e outros itens básicos que vão com sua kombi de rua em rua para atender as pessoas.
Na versão gourmetizada implantada em Toronto, um caminhão com a carroceria adaptada para posar de mini-mercearia avisa os clientes que está na área via aplicativo e aguarda a visita dos consumidores que podem passear pelo ambiente para escolher o que levar.