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Intercâmbio, uma experiência que vale a pena

Rodrigo Schmiegelow se despede de Toronto, e do OiCanadá, após 6 meses de incríveis experiências. Leia sobre amizades, moradia, trabalho, clima, paladar.

Como comentei em meu segundo post aqui, O que Toronto tem de diferente, eu não esperava essa diferença tão grande entre São Paulo e Toronto, por se tratarem de grandes cidades, os principais centros financeiros do Brasil e Canadá. E também por serem ambas metrólopes, com seus milhões de cidadãos e pela junção com as cidades vizinhas, como é a Grande São Paulo para São Paulo, é GTA, para Toronto.

Mas me enganei, e feio.

Nestes seis meses, apesar de estar no Canadá, minha maior imersão foi com a cultura asiática. Como todos sabemos, a maioria das escolas de inglês nestes países de língua inglesa tem um grande número de estudantes vindos do Japão e Coreia, seguidos por Brasileiros. E não há coisa melhor para acontecer. Os asiáticos são, sem generalizar, educados, carinhosos, dedicados e muito amigos. Escrevi sobre isso no post Amizades com prazo de validade, e Toronto ainda ajuda bastante na imersão cultural, com a enorme quantidade de restaurantes especializados nas comidas destes países. Tudo bem que a comida aqui nunca vai ser igual à original, mas já é uma grande aula fazer uma refeição com quem sabe o que estamos comendo e, no caso, como comer.

Aqui também conheci suíços, mexicanos, franceses, venezuelanos, alemães, chilenos, chineses, portugueses, angolanos e muito mais gente de tudo quanto é nacionalidade, algumas até misturadas como o chinês-canadense, a suíça-indiana, franco-canadense, italo-suíço e por aí vai.

Virei um antropólogo sem experiência, me infiltrando em culturas desconhecidas e enxergando o Brasil e os brasileiros de fora.

Neste período de seis meses, vivi em um quarto em casa de família, o famoso Homestay, coisa muito comum por aqui por um mês. Depois, sofri dividindo um basement com profissionais que moravam em Toronto. Sofri porque o quarto não tinha janela, a limpeza que o proprietário fazia duas vezes por semana era um tanto quanto duvidosa, além de um dos meus vizinhos de quarto ter problemas com bebidas. Mas, faz parte da experiência… e da economia. Rs.

Me manter estes 6 meses também não foi fácil, fui com apenas 3 meses garantidos financeiramente, assim sendo: 3 meses de matrícula em escola e seguro saúde pagos, um mês de moradia e dinheiro para permanecer mais dois meses. No meu segundo mês já sai procurando emprego, ainda com um inglês bem arranhado e sem estar 100% familiarizado com a cidade. Imprimi uns currículos e sai entregando pelas ruas ou enviando no Craiglist. Tive sorte e consegui um “bico” em duas semanas. Era o chamado Back, um faz tudo, o famoso polivalente. E pra falar a verdade foi uma experiência fantástica, principalmente para quem sempre trabalhou em escritório, normalmente já na área de formação. É uma quebra na rotina, na visão e nos valores. Oferece qualidades que você não desenvolve em outras profissões. É uma pena que estas áreas sejam tão menosprezadas no Brasil. Aqui é bem diferente, conheci muita gente que trabalhava com isso a vida inteira, e outros para os quais o trabalho era a porta de entrada para a vida profissional ou o financiamento de uma universidade, tanto por ganhar relativamente bem, quanto pela flexibilidade de horários.

Mas tive ainda mais sorte, esse emprego era instável, trabalhava mais em eventos maiores, de duas a três vezes por semana, sem dias e horas certos, ganhava por hora. Conquistando a confiança do chefe, consegui um fixo semanal para trabalhar em minha área de formação, isso é, atualizava site, redes sociais, monitorava marca, criava flyers, fazia análises do site, buscava parceiros para divulgar os eventos e tudo o que é relacionado ao Marketing. O que aumentou ainda mais a minha experiência profissional e me deixou mais tranquilo para alcançar minha meta de permanecer 6 meses por aqui.

A comida canadense não impressionou tanto. No menu popular, um dos únicos diferenciais que achei foram as poutines, batatas fritas com coberturas bem saborosas de queijo, carne, mostarda, cheddar, entre outros. Tirando isso, há uma influência muito grande das culinárias americana, indiana e asiática.

Vi neve com 12 graus celcius e, no verão, cheguei a pegar 38 graus com sensação térmica de 45 graus, uma variação impressionante.

Na primavera, vi do alto o mar de árvores esverdeando novamente, após o inverno intenso.

Descobri também que o custo de vida em São Paulo já é maior do que aqui. Lá existem coisas mais em conta, lógico, mas no geral, perde em tudo.

Vi e vivi muita coisa, se for lembrar de tudo não finalizo este texto, mas deixo uma dica pessoal aqui. Vale muito a pena ter uma experiência internacional como meu Intercâmbio Cultural, então aproveite muito, pois passa muito rápido, mas muito rápido mesmo.

Obrigado a todos que me acompanharam por aqui.

Boa Sorte!

Leia também a despedida de Élida Rocha, Goodbye, Toronto.

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Rodrigo Schmiegelow, um jovem que veio da cidade de São Paulo para se aventurar e descobrir Toronto. Publicitário formado em 2009, no curriculo possui experiência como designer gráfico, criativo em agencia de comunicação, e, nos ultimos três anos, tem trabalhado na área de Marketing. Nas horas vagas investe seu tempo em uma empresa de e-business que começou com uma sócia de criação e desenvolvimento web.

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