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Projeto artístico dá vida a espaços vazios da cidade

Conforme Toronto ganha mais edifícios, maior a preocupação em tornar a cidade mais agradável e habitável. Um bom exemplo de como a infraestrutura urbana pode ser integrada ao ambiente natural e ao estilo de vida torontoniano é o projeto da prefeitura StreetARToronto (StART). A ideia é transformar as ruas e espaços públicos adicionando cores e muita personalidade, transformando Toronto cada vez mais em uma verdadeira galeria de arte ao ar livre.

A mais recente adição ao projeto é o conjunto de cinco murais na área onde a Mount Pleasant passa por debaixo da Bloor Street East, conectando o norte da cidade e a ravina arborizada de Rosedale com a parte central de Toronto. A área é cercada por inúmeros condomínios residenciais e comerciais.

A ideia desses murais existe desde 2002, quando a associação de moradores da Bloor East recebeu um relatório de estudantes do terceiro ano da universidade Ryerson apontando o viaduto como possuidor de um grande potencial artístico e capacidade de exibir arte pública com temática canadense.

Por anos, aquele pedaço da Mount Pleasant vinha sendo objeto de grafite e tinha sinais de abandono, até que em 2006 ele foi escolhido para receber fundos da prefeitura no projeto Beautiful Streets. O plano original era fazer cinco murais, mas apenas dois foram feitos na época. Agora em 2013, a Bloor East Neighborhood Association conseguiu a verba necessária para completar a obra, que já está quase finalizada.

O conceito original dos cinco murais descreve as quatro estações do ano e mostra a transição da natureza nas ravinas e na cidade. Os murais originais mostram a natureza no inverno (paredes ao sul e leste) e verão nas ravinas (paredes ao norte e oeste). O projeto completará os dois murais que já haviam sido pintados, e o restante das paredes vazias mostrará a primavera, o outono e o início do inverno. A visão do trabalho, quando completo, será uma espécie de “Welcome to Toronto” (Bem-vindo a Toronto).

Quem vê o mural pronto não imagina o trabalho que dá

O responsável pelos murais é o torontoniano Ian Leventhal. Formado pela York University, o artista ganhou prêmios por seus designs em mais de 100 lojas da rede de café Second Cup espalhadas por todo o Canadá.

O envolvimento de Ian com o projeto da prefeitura começou em 2006, quando o então prefeito David Miller o convidou a participar, “eu fui comissionado pela cidade a fazer vários murais, incluindo o maior de todos, que fica na Bathurst e Wilson.” – disse Leventhal em entrevista ao OiCanadá.

Segundo o artista, um mural pode ser um trabalho fisicamente desafiador, principalmente ao lidar com os extremos do clima canadense. Para o projeto dos murais da Mount Pleasant, por estar acontecendo no final do verão, Ian tem trabalhado oito dias seguidos, “Preciso estar no local cedo, antes dos assistentes, quando posso calmamente planejar os dias de trabalho pela frente.” – conta. “Coordenação também é uma arte. É como ser um maestro e ter todos os elementos do trabalho se juntando no momento certo”. Ian contou com dois assistentes e também voluntários/ estagiários na realização deste trabalho.

Fora sua experiência como artista, Ian teve que passar por treinamento em WHMIS (Workplace Hazardous Materials Informations System), que é o sistema de informação de materiais perigosos em ambientes de trabalho.

Você pode conferir pessoalmente esses murais do Ian Leventhal na área da Bloor East e vários outros espalhados pela cidade. Para saber onde estão, basta visitar o site Toronto.ca. Se você é artista e gostaria de ter um trabalho seu nas ruas de Toronto, consulte mais informações na página sobre Street Art.

Christian Pedersen é natural de Santos, São Paulo. No Brasil, trabalhou na gravadora Roadrunner Records, depois abriu um escritório de promoção e marketing para bandas e artistas, tendo clientes como a gravadora BMG, os selos Geléia Geral e Dubas. Christian mudou-se para Toronto em 2002, e virou cidadão canadense em 2007. Escreveu a coluna Conexão C no Brasil News em março de 2007 e, de maio a outubro de 2008, foi editor-interino do jornal. Do fim daquele ano, até outubro de 2010, foi editor e co-fundador do blog OiToronto.

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