
Experiência
Artista recifense mostra como colher bons frutos durante o intercâmbio
Ao planejar um intercâmbio, muitas dúvidas aparecem junto ao objetivo traçado, assim como inesperadas oportunidades que tornam a experiência ainda mais especial. O recifense Fernando Zevê é prova disso e ensina como aproveitar a viagem de todas as maneiras possíveis.
Matriculado em um programa de estudo de inglês de 6 meses, Nando, como é chamado pelos amigos, chegou em Toronto em julho de 2013 e logo se sentiu abraçado pela cidade.
Graduado em Artes Visuais pela Universidade Federal de Pernambuco em 2008, onde aperfeiçoou suas técnicas de desenho e se apaixonou pelo mundo das tatuagens, Nando não se intimidou em mostrar sua arte aos habitantes da maior cidade do Canadá. “Quando cheguei, procurei galerias coletivas e enviei meus trabalhos às que encontrei na internet. Toronto é uma cidade que valoriza a arte, tanto a de rua como a clássica, então aproveitei a oportunidade para expor meu trabalho paralelamente às aulas de inglês”.
A disposição de sobra resultou na valiosa troca de experiências. O trabalho de Nando chamou a atenção torontoniana e lhe garantiu a oportunidade de fazer graffitis pela cidade. Um deles em um restaurante especializado em frutos do mar, que se interessou pelo principal projeto do artista que envolve peixes e vida marinha, e o convidou para grafitar a entrada do estabelecimento. “Adoro esse projeto e foi demais ter a oportunidade de desenvolver algo relacionado ao mar aqui em Toronto”, ressalta o artista visual, que criou o projeto ainda em Recife.
O outro trabalho foi em um estúdio de tatuagem, onde desenhou a porta dos fundos e depois foi convidado para criar uma nova série de ilustrações para tatuagem. Localizado em uma das principais e mais lotadas ruas de Toronto, a Yonge, o estúdio BluGod oferece a oportunidade do artista criar, aprimorar técnicas e aprender novas, além de entrar em contato com novas pessoas. Tudo isso aperfeiçoando o inglês, objetivo inicial que o trouxe à cidade. “Eles me acolheram no estúdio e deixaram as portas abertas. Vou para lá todos os dias depois da aula e a experiência é fantástica”, conta o artista.
Nando pretende voltar para o Brasil em janeiro, mas “nunca sabemos o que o destino reserva, né?” – como ele mesmo diz. Caso retorne às terras tupiniquins, a experiência vivida no Canadá terá inesquecivelmente marcado sua carreira. “Quis sentir Toronto de todas as maneiras. As pessoas, a arte, os hábitos e cultura. Todos os dias tenho novas experiências que agregam à minha personalidade e à minha arte. A energia de Toronto estará sempre comigo.”
Vida e arte
O projeto Peixe Fora D’água, onde Nando representa o mar por meio do graffiti, ilustrações e desenhos, ficou conhecido em Pernambuco e ele foi convidado a participar de outros projetos em instituições públicas e privadas.
Hoje ele é parceiro de uma produtora de artes visuais e escreve sobre tatuagem em no Portal Nuvem. Quem tiver interesse em contatar o Nando pode escrever um email para [email protected].
maria tabosa
09/set/2014 at 13:33
Conheço o trabalho de Fernando, felizmente.
Um senhor artista, apesar dos vinte e poucos anos.
A temática desenvolvida nos remete à profunda beleza do litoral.
É imensa a sensibilidade do rapaz.
Igualmente respeitáveis, a disciplina, o zelo pelo estudo, a vontade de ultrapassar os próprios limites.
Seguramente, haverá vôos mais altos.
Vejo o nosso artista brilhando em galerias de New York, Viena, Barcelona.
O trabalho com graffitis é um deslumbramento – para usar o termo do também pernambucano Manuel Bandeira.
E haja beleza na imaginação do Fernando, para a curtição dos jovens de todas as idades. Afinal, “o que seria da vida sem a arte”?
Abraço, senhor artista.
Todo o afeto de Maria do Carmo Tabosa e Joana.