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Os cuidados na hora de comprar Metropass com desconto

A prisão de dezenas de pessoas envolvidas com a falsificação de passes e fichas (conhecidas como tokens) que dão acesso ao transporte público de Toronto chama a atenção para um problema que tem sido cada vez mais frequente: A compra e venda de passagens falsas, vendidas na maioria das vezes pela metade do preço em sites da internet.

Com o intuito de economizar dinheiro, vários estudantes, turistas e moradores de Toronto que utilizam o TTC (o transporte público da cidade) preferem comprar Metropasses e tokens com desconto. Eles podem ser facilmente encontrados na internet em sites como Craigslist ou Kijiji, sendo vendidos muitas vezes por até menos que a metade do seu preço real (C$133,75). Porém, é preciso ficar atento para que o barato não saia caro.

“Existem pessoas que vendem Metropass na internet porque não precisam mais dele por algum motivo, e não quer dizer necessariamente que ele seja falsificado. No entanto é necessário que o consumidor tenha cautela na hora da compra”, alerta o porta-voz do TTC, Brad Ross. “Se parece ser muito bom para ser verdade, como um Metropass sendo vendido por 50 dólares, provavelmente não é”.

Na última quarta-feira (12/02), 62 pessoas foram detidas com quase 200 acusações relacionadas à falsificação de passes e fichas do TTC. A grande parte dos acusados (55 indivíduos) faziam uso de Metropasses falsos para terem acesso ao transporte público, e sete deles eram responsáveis pela venda. Os falsificadores ainda não foram encontrados. A polícia de Toronto acredita que a produção de todo o produto falsificado esteja sendo feita na própria cidade. A investigação teve início em outubro do ano passado e resultou na apreensão de centenas de Metropasses falsos em 39 estações de metrô, principalmente na estação Scarborough Town Centre. “A maioria das pessoas que compram passes falsificados de criminosos sabem o que estão fazendo. Nós reprimimos essa atitude e levamos a sério a falsificação e evasão de passagens”, avisa Ross.

As diferenças entre o Metropass falso e o verdadeiro

Diversas diferenças podem ser percebidas em um Metropass falso, embora ele pareça ser idêntico ao verdadeiro. A lista magnética, que permite que o passageiro passe pela catraca automática, não foi falsificada nos Metropasses apreendidos pela Polícia. Cobradores nas estações de metrô de Toronto foram orientados a ficarem de olho nos passageiros que apenas mostram o Metropass ao invés de passá-lo pelo leitor magnético. Outra diferença é que os Metropasses verdadeiros são brilhantes na parte frontal e possuem um acabamento opaco na parte traseira (os falsos são geralmente brilhantes dos dois lados). Além disso, os caracteres usados no preço e no número de série do passe legítimo são em alto relevo.

O TTC acredita que a falsificação de passes e tokens cause um prejuízo de 5 milhões de dólares anuais. “Esse valor poderia ser usado para comprar cerca de oito novos ônibus, incrementar o serviço em rotas específicas, substituir equipamento ultrapassado e modernizar o sistema. É uma quantia muito grande que poderia ser usada para muita coisa”, ressaltou Ross.

Tudo indica que o TTC vai reforçar a fiscalização em estações de metrô, nos ônibus e streetcars (como são conhecidos os bondes) na cidade. Ainda esse ano, o transporte público de Toronto deve implantar o Presto (sistema eletrônico que permite que um cartão magnético seja recarregado e reconhecido cada vez que escaneado no ônibus ou metrô) em 50 streetcars e em mais de 20 estações de metrô, dificultando a falsificação. Esse serviço já é oferecido em cidades da grande Toronto como Mississauga, Brampton, Oakville e Hamilton.

Marcio Rollemberg é pernambucano e formado em jornalismo. Foi editor-chefe de um telejornal universitário, produziu documentários e trabalhou como repórter de TV no Brasil. Em 2005 mudou-se para Toronto e atualmente é um dos colaboradores de uma revista e de um canal de TV. Em 2011 juntou-se a equipe do OiCanadá, onde escreve matérias sobre Turismo e Variedades.

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