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Experiência

O comum dentro do incomum

O título deste texto pareceu estranho quando escrevi, mas descreveu exatamente o que passei neste período de festas.

Esta foi a frase dita, em meio a lamentos, por um brasileiro que também não queria ver o novo ano chegar “- ah, queria estar com minha família!”. E combinamos de fazer o “comum dentro do incomum”. Fizemos nossa ceia, comemoramos como de costume para nós brasileiros, mas não tão comum para as culturas com que aqui convivemos.

Para nós, passar o Natal e Ano Novo separados da família (quero dizer, de nossos parentes e amigos de todos os dias) é algo bem difícil. Sei que a regra não cabe a todos, mas aqui não encontrei um só brasileiro capaz de me dizer outra coisa. Todos nós nos esforçamos bastante pra não deixar a saudade bater ainda mais e, principalmente, pra não estragar a festa.

É claro que, como estou fora do Brasil, não poderia ignorar e nem perder a oportunidade de saber como são os costumes daqui com relação a estas comemorações que pra nós são importantes. E a diferença básica é: no Natal você vê pouquíssimas pessoas na rua, porque todos estão nas suas casas com suas famílias e no Ano Novo, você nem consegue andar pelos bairros, porque todos estão comemorando da maneira mais divertida que puderem, ao lado de seus amigos.

E não foi só sobre a cultura canadense que aprendi. Vivi também à moda japonesa e coreana. Como eles não celebram o Natal, a data significa o momento de passar com o seu par romântico e amigos, e o Ano Novo é uma grande festa, primeiro com os amigos, e depois somente com a família. Sendo assim, pra você que vem ao Canadá passar algumas datas relevantes, não se preocupe, eu sou a pessoa mais caseira que existe e consegui passar as principais datas da minha (aniversário, Natal e Ano Novo) sem sofrimento algum. E sabe o porquê? Além do povo te colocar em um verdadeiro ninho de conforto, aqui não existe energia nem emoção como no Brasil.

Festas

No meu aniversário, tive duas festas: um parabéns a você do Brasil (via Skype), e um parabéns japonês, coreano, brasileiro e canadense. Tem como ficar triste? No Natal, a situação não foi diferente. Como eu disse, para os canadenses, o Natal é mais um tempo para ficar com a família e são poucos os lugares que ficam abertos em horário normal. Ao lado de meus amigos, fui até a Koreatown (o bairro coreano, que fica na estação Christie do metrô). A diversão pra este povo é feita com muito pouco, basta apenas reunir pessoas conhecidas. Eles adoram conversar, jogar, comer e beber juntos.

Portanto, não tenha receio, venha pra cá e faça amizade com asiáticos, que além de muito sinceros, são amigos. Pra não perder o costume de vez, fui passar a meia-noite em casa de brasileiros. Comemorei o Natal com a família dos outros, comendo nosso tipo de comida e conversando.

É no Ano Novo que surge o comum no incomum: fizemos nossa ceia em casa e desta vez colocamos os nossos amigos asiáticos pra conhecer nossa cultura. Este é o segredo. Passei a virada na Nathan Phillips Square, um lugar fantástico no centro da cidade, com música e fogos de artifícios. A contagem regressiva ficou por conta desta festa, que estava cheia de gente mas me fez sentir na pele a falta daquela  emoção que só é capaz de acontecer no Brasil.

Amei passar estas datas aqui, foi uma experiência maravilhosa e espero que todos possam viver isso um dia, lembrando que não precisa se preocupar, pois tudo passa muito bem.

Curiosa por natureza e apaixonada por arte desde os primeiros passos, Élida sempre quis descobrir tudo que tinha por trás dos grandes resultados. Como sua personalidade não é ficar num único ponto, o jornalismo foi como uma porta que se abre para o novo todos os dias. “Nunca nenhum dia é igual ao outro; sem contar que passo conversar sempre com gente nova e interessante”, diz Élida. Pós-Graduada em Comunicação Corporativa. Nove anos de experiência no mercado de Comunicação, atuando como editora em revistas e apresentadora em programa televisivo no estado de São Paulo (Brasil). Chegou ao Canadá em 2009 e agora escreve para OiCanadá contando toda a experiência que o Canadá tem lhe dado.

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