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Futebol com sotaque brasileiro

Há pouco mais de um mês Toronto ganhou uma academia de futebol. A proposta é ensinar aos alunos as técnicas do esporte com um ingrediente a mais: o gingado brasileiro. E quem se interessa pelo assunto vai poder experimentar um treino aberto de futebol durante o evento Expressions of Brazil, em julho. É a chance de aprender o segredo de um chute, drible ou passe. Tudo isso, é claro, com direito ao “Brazilian way”.

Em 2004, Rafael Silva fazia parte do time amador do Clube Alvorada, de Sorocaba (SP), quando ganhou uma bolsa de estudos para jogar futebol na terra no hóquei. Veio para Toronto para ficar apenas seis meses, mas emendou com um curso de inglês e acabou ficando de vez. Há pouco mais de um mês, o paulistano formado em Educação Física pegou carona na Copa do Mundo e abriu uma Academia de futebol em Toronto (Brazilian Soccer Academy). No mês que vem, ele vai ensinar um pouco do que sabe a crianças e adolescentes durante o evento Expressions of Brazil, no Harbourfront Center.

A promessa é ousada: “Our team consists of qualified, specialized, and experienced Brazilian professionals ready to delivery you the Brazilian Way. ” Resumindo: Nosso time está pronto para ensinar a você o “jeitinho brasileiro” de jogar futebol.

A partir daí começo a entrevista.

Julieta Jacob – O que significa esse tal “jeitinho brasileiro”?

Rafael Silva – Todo mundo sabe que o brasileiro tem um jeito diferente de jogar futebol. Basta ver a seleção em campo, a alegria dos jogadores já virou uma marca do nosso futebol. E isso tudo se traduz principalmente no drible, na habilidade que o brasileiro tem de driblar e fazer do futebol um espetáculo tão bonito.

JJ – E como você ensina isso aos seus alunos?

RS – O desafio é fazer com que eles obedeçam às regras do esporte, mas não fiquem presos a elas. Em outras palavras, tento incentivar a criatividade dos alunos e deixá-los livres para aproveitarem as aulas também como um momento de recreação. Muita gente acredita que o brasileiro já nasce sabendo driblar ou que aprende naturalmente na prática, jogando bola com os amigos, por exemplo. Por isso muitas escolas de futebol no Brasil não ensinam o drible aos alunos. Aqui no Canadá, é diferente. Embora eu tenha muitos alunos que nasceram no Brasil, a maioria é muito jovem e teve pouco contato com a cultura brasileira. Por isso na nossa Academia, os professores ensinam os alunos a driblar.

JJ – Na prática, como funciona?

RS – A gente faz uma aula bem dinâmica, com pouca conversa e muito treino . Começamos com a parte técnica, em que os alunos aprendem fundamentos básicos do chute, passe e drible. Em seguida passamos para a parte tática, com treinos coletivos para que eles aprendam sobre posicionamento em campo. A terceira etapa é a de competição, em que vamos montar um time para participar de torneios.

JJ – E quem são os seus alunos?

RS – Hoje a Academia conta com 40 alunos matriculados, todos entre cinco e 16 anos. Metade deles é de brasileiros filhos de imigrantes e a outra metade se divide entre portugueses e canadenses. As aulas são em inglês.

JJ – O Canadá não tem nenhuma tradição no futebol. A seleção só participou de uma Copa do Mundo e ainda assim terminou em último lugar. Você acredita que há chance de um dia o futebol ser tão importante no país quanto o hóquei?

RS – Não sei se vai ser tão importante quanto o hóquei, mas o futebol tem ganhado mais espaço aqui desde o Campeonato Mundial Sub-20, realizado no Canadá em 2007. Pra que as crianças de hoje possam um dia fortalecer a seleção canadense de futebol é preciso investir num trabalho de base e de longo prazo.

JJ- O que você pretende ensinar às crianças na oficina de futebol que vai ministrar no Expressions of Brazil?

RS – A ideia é fazer um treino aberto com demonstrações de alguns fundamentos técnicos do esporte, como o chute, o passe e o drible.

Serviço

  • Oficina de Futebol com Rafael Silva
  • Quando: domingo, 18 de julho, 13h
  • Onde: Ann Tindall Lawn (Harbourfront Center)
  • Quanto: de graça

Julieta é curiosa, subjetiva e prolixa. É também contraditória o suficiente para admirar o que é simples. Não perde a oportunidade de puxar uma boa prosa, seja na fila do supermercado ou durante uma viagem de avião. Antes de tudo, se interessa por pessoas e pela origem das coisas. Desde os sete anos, quando seu pai comprou uma câmera vídeo, sonha em ser jornalista. O sonho a levou à Universidade Federal de Pernambuco, onde a recifense se formou em Jornalismo. Das brincadeiras com a câmera do pai, veio a paixão pelas telas e pela linguagem audiovisual. Começou na TV Universitária de Pernambuco, passou pela TV Alepe, TV Asa Branca (Caruaru/PE), TV Cultura e TV Globo Nordeste. Em 2008 se mudou para o Canadá, onde juntou sua experiência em televisão com a liberdade da internet. No OiCanadá, Julieta faz o que mais gosta e melhor sabe fazer: contar histórias.

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