Saúde
Uma arte chamada Jiu-Jitsu
Da habilidade no futebol, ninguém duvida. Mesmo depois do mau desempenho na Copa do Mundo deste ano, o Brasil é o único país a carregar cinco estrelas no peito. Mas, nem só de bola vive o brasileiro. Outro esporte bastante famoso por lá vem se popularizando cada vez mais no Canadá, principalmente em Toronto.
Assim como o futebol, o jiu-jitsu não tem nacionalidade brasileira. Desenvolvido no Japão, a arte marcial foi aprimorada no Brasil pela família Gracie, que abriu a primeira academia no país em 1925. Desde então o BJJ – Brazilian Jiu-Jitsu – é referência mundial, além de uma excelente opção para quem busca qualidade de vida.
Em Toronto, diversas academias ensinam as técnicas dessa luta e a procura é cada vez maior. O brasileiro Fernando Zulick, também conhecido como “Gringo”, era faixa azul quando veio para o Canadá em 2002. Aqui, ele treinou até conquistar a preta e hoje é professor em duas academias da cidade, uma delas sendo a Revolution. “Vejo muita gente nova nos campeonatos, mas o Canadá ainda está aquém do Brasil e dos Estados Unidos, onde a quantidade de professores faixa preta é bem maior. E isso favorece o nível dos treinos”.
Para quem se interessa pelo esporte, Zulick diz ser essencial procurar uma academia qualificada. “Nas minhas turmas tem todo tipo de aluno, desde lutador profissional a pai de família que quer apenas manter o condicionamento físico”. Tanto interesse pelo BJJ não é por acaso. O esporte garante mais discplina, disposição, flexibilidade e autoconfiança aos praticantes.
Segundo o atleta, a popularidade do UFC – Ultimate Fighting Championship – tem contribuído para o crescimento do jiu-jitsu no país. “Há dois anos, quando o torneio aconteceu pela primeira vez em Montreal, 60% do público presente era de Ontário, apesar de o campeonato ser proibido na província”.
O professor ainda dá dicas para quem quer levar o jiu-jitsu a sério e até participar de competições. “Treino intenso é o primeiro passo, pelo menos quatro vezes por semana. Também é bom fazer exercício aeróbico, procurar dormir sempre bem e manter uma dieta saudável. Nada de álcool ou cigarro.”
Quem segue esses conselhos percebe diferenças na qualidade de vida. O canadense Matthew Soroka voltou recentemente do Rio de Janeiro, onde passou oito meses treinando, e diz que a fórmula realmente funciona. “Além de um treino puxado, dei mais importância à alimentação e evitei bebida alcoólica. Isso melhorou meu desempenho no tatame e me fez ganhar mais confiança.” NATHÁLIA PERDOMO