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A cidade que respira cinema

Para quem gosta de curtir um bom filme independente, Toronto é o lugar ideal. São mais de 75 festivais de cinema durante o ano inteiro. É praticamente um a cada quatro dias, sem falar que alguns duram até semanas. Às vezes, três festivais diferentes acontecem na cidade ao mesmo tempo.

Há festivais do Brasil, Irlanda, Israel, Macedônia, Romênia, França, Palestina, Portugal, Rússia,Tibete, Singapura, Japão, Itália, e muitos outros. Sem sair de Toronto, os amantes do cinema podem conhecer um pouco de cada país e sua cultura.

Além de filmes de países do mundo inteiro, também é possível curtir festivais de filmes feitos especialmente para celular, organizados por universidades, de curtas internacionais, com temática gay ou de horror, curiosidades, comédia, olhar feminino, produzidos por estudantes, ecológicos, infantis e muito mais.

Para a carioca Tammy Peix, os festivais, além de muito interessantes, são uma ótima oportunidade de ganhar um dinheiro extra. Ela já trabalhou em mais de nove festivais diferentes durante um único ano. “Os festivais mostram a diversidade da cidade, que tem tantas culturas diferentes juntas. Às vezes eles acontecem nos mesmos dias e a gente acaba tendo que escolher, já que não existe festival o ano inteiro. No inverno quase não há festivais e nem no verão, pois ninguém quer ficar trancado em uma sala de cinema podendo curtir um dia de sol, então são poucos os meses para assistir cinema mesmo”.

Os festivais mais famosos são o Canadian International Documentary Festival, mais conhecido como Hot Docs, que este ano exibiu um total de 199 filmes, e o Toronto International Film Festival, conhecido como TIFF, que exibe mais de 300 filmes de mais de 60 países, para mais de 500 mil pessoas, e é considerado um dos maiores e mais importantes festivais do mundo. O festival existe há mais de 35 anos e, nos dias em que acontece, a cidade para e só respira cinema.

Devido ao grande sucesso, o festival ganhou seu próprio prédio em 2010, o TIFF Bell Lightbox.  A ideia é não somente exibir filmes durante o TIFF, mas também abrir as portas para outros festivais, e ainda exibir filmes durante o ano inteiro, com várias temáticas e de todas as épocas, para todos os públicos. A missão é transformar a maneira como as pessoas enxergam o mundo.

São cinco salas de cinema, três estúdios de aprendizagem, restaurante, lounge e sala VIP para membros. Dependendo da época, há exposições sobre diretores, produtores e atores.

Festivais brasileiros

Representando o Brasil acontecem anualmente dois festivais em Toronto: o BRAFFTv e o BRAFF. Apesar dos nomes muito parecidos, diferente do que muita gente pensa, eles não possuem a mesma proposta.

O BRAFFTv (Brazilian Film Festival of Toronto), é representado pela produtora Barbara de la Fuente e constituído de uma mostra competitiva de curtas e longas-metragens produzidos ou concluídos nos dois anos anteriores à edição do festival. Durante dois meses, cineastas de todo o Brasil enviam suas produções para avaliação. Uma curadoria é responsável por assistir a todos os filmes e selecionar os que irão participar do festival. Além dos filmes que estão competindo, são exibidos também alguns filmes convidados, como Lula, o filho do Brasil e O Contador de Histórias em 2010 e O Divã, em 2009.

O BRAFFTv também traz diretores, produtores e atores para Toronto com o objetivo de estimular o networking entre produtoras e distribuidores locais. Além disso, o festival oferece workshops gratuitos abertos ao público, e em edições anteriores já foram debatidos temas como “produção com baixo orçamento” e “cinema brasileiro”. “Eu vejo o festival como uma vitrine das produções recentes do Brasil e também como uma porta para os produtores brasileiros conhecerem produtores canadenses”, comenta a produtora, Barbara.

Já o BRAFF (Brazil Film Fest) é representado por Katia Adler, que tem 14 anos de experiência produzindo festivais. Além do realizado aqui em Toronto, ela assina também o festival de cinema brasileiro em Paris e em Montreal. Katia é também a responsável pela seleção dos filmes, que é feita com base em sua experiência e conhecimento da cultura local, onde as produções serão exibidas. Um exemplo disso é que os filmes do festival de Montreal não são necessariamente os mesmos dos festivais de Paris ou Toronto. Este ano, o tema do BRAFF de Toronto será Bahia, a place for everybody. O festival é também conhecido por trazer músicos brasileiros famosos para sua festa de encerramento. Já passaram por aqui Adriana Calcanhotto, em 2009, e Zélia Duncan, em 2010.

Para Fátima Mesquita, que é membro do festival, o BRAFF é importante porque mostra a cultura brasileira para pessoas do mundo inteiro. “Existem pessoas que assistem aos filmes e nunca pisaram no Brasil, mas que por conta do festival, adquirem uma visão totalmente nova e verdadeira sobre o país”, avalia Fátima. “Acredito que o fato de Toronto ter dois festivais brasileiros é um ponto positivo para a comunidade, já que os dois têm propostas diferentes, ambos representam o Brasil muito bem e mostram que o país está em alta e há mercado para isso. Quanto mais variedade, melhor para o país, que é divulgado de todas as formas, e melhor para o imigrante, que tem a chance de ver mais filmes brasileiros”.

Para saber mais sobre os festivais de cinema de Toronto, entre no site Toronto Film Festivals.

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Martha se formou em Jornalismo em Recife e veio para Toronto em 2006 para estudar Cinema, se formando pela Toronto Film School. Tornou-se cidadã canadense em 2014.

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