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Experiência

Uma caixinha de surpresas chamada host family

Você só saberá o que lhe espera em relação a sua homestay quando chegar aqui. Se não gostar da sua, terá a opção de alugar uma outra casa, ou pedir que o coordenador da escola te mude de família quantas vezes for preciso.

Uma das melhores alternativas para o estudante de intercâmbio é a homestay. Você paga menos do que se fosse ficar em um hotel, e ainda tem a chance de conhecer melhor os costumes do país. Pelo menos foi isso que eu li nos livros. Tratar do assunto homestay é curioso, porque todo mundo tem uma história diferente pra contar a respeito. A maioria é ruim e outras são realmente boas. Mas não tem como negar: todos, com raríssimas exceções, reclamam da comida.

Aqui existem host families que hospedam estudantes pra contribuir com a integração cultural, mas também existem famílias que fazem simplesmente por dinheiro. Pra você ter uma idéia, uma de minhas colegas de sala mora em uma casa de canadenses e ela compartilha todos os momentos com a família.

Por outro lado, conheço colegas que moram em uma casa com mais dez estudantes de intercâmbio, não podem fazer nada dentro de casa e ainternet tem horário controlado. Hoje, uma host family recebe do estudante C$750 (com café da manhã e jantar inclusos) por mês, mas este valor pode aumentar com as exigências, por exemplo, querer ficar perto do centro da cidade e do metrô, ou ficar com uma família de mesma nacionalidade que a sua. Os coreanos chegam a pagar C$1000 por esta “vantagem”.

Mamãe indiana

No meu caso, morei com uma família indiana. Logo que cheguei, fui recebida pela minha host mother, que me levou para conhecer meu espaço, um basement, que é uma espécie de porão da casa. Como as casas aqui são grandes, quase todas têm no subsolo um ambiente com quarto, sala e cozinha e a grande maioria coloca alavanderia da casa neste espaço. No início eu estranhei o ambiente, mas depois achei bom, porque percebi que ali eu teria total privacidade.

Achei interessante o cuidado que ela teve com alguns detalhes. O quarto realmente tinha tudo de que um estudante precisava. Eu tinha acesso à internet, não existia nenhum horário para chegar ou sair da casa. Só que é aquela história, eu não estava vivenciando a cultura do lugar. A única oportunidade de morar com estrangeiros era essa e eu não estava tendo. Eu não jantava com a família, principalmente porque minha host mother não me apresentou ao restante da família e eu pensei que poderia ser a cultura deles. Quando chegava em casa, a comida já estava na geladeira, ou na mesa. Eu costumava comer com a outra estudante da casa. A privacidade foi boa, mas em compensação, não houve integração com a família. Era como se eu tivesse alugado um apartamento.

Independência ou pimenta

Falando sobre comida, não fui uma exceção, ou seja, não gostei! Aliás, se você gosta de comida apimentada (spicy, em inglês), estará no lugar certo. Digo isso não porque morava com indianos, mas porque a comida no Canadá é bem apimentada.

No começo, essa questão da comida foi difícil. Mesmo depois da minha host mother parar de colocar pimenta, eu não conseguia me acostumar com os temperos e acabei perdendo bastante peso nos primeiros meses. Então entendi que precisava mudar de casa, e como gosto de cozinhar, resolvi alugar um apartamento, dividindo as despesas com outra estudante. Isso saiu bem mais barato!

Se sua opção for morar sozinho, consegui alugar um basement próximo do metrô por apenas $650, que divido com uma amiga. A comida aqui não é cara e os mantimentos você compra em family size (o que demora pra acabar). No centro da cidade tem açougues portugueses onde você pode comprar as carnes que já conhece por um ótimo preço. Hoje eu como minha comidinha brasileira e resolvi ter a integração cultural fazendo amigos.

Pisada na bola

Cometi um erro imperdoável! É tradição trazer um presente para a sua host family e isso é meio óbvio também, mas eu estava tão preocupada com outras coisas que acabei esquecendo. Depois, fiquei tão irritada a respeito da comida que não quis comprar nada por aqui também. Mas não faça como eu, traga uma lembrancinha pra sua família canadense (isso não significa que você terá tratamento VIP, é apenas pra manter a tradição).

Eu não posso dizer que minha estadia com a host family foi algo ruim, porque lá eu tinha tudo de que precisava, e isso me deu tempo pra poder conhecer a região e procurar algo melhor pra mim.

Curiosa por natureza e apaixonada por arte desde os primeiros passos, Élida sempre quis descobrir tudo que tinha por trás dos grandes resultados. Como sua personalidade não é ficar num único ponto, o jornalismo foi como uma porta que se abre para o novo todos os dias. “Nunca nenhum dia é igual ao outro; sem contar que passo conversar sempre com gente nova e interessante”, diz Élida. Pós-Graduada em Comunicação Corporativa. Nove anos de experiência no mercado de Comunicação, atuando como editora em revistas e apresentadora em programa televisivo no estado de São Paulo (Brasil). Chegou ao Canadá em 2009 e agora escreve para OiCanadá contando toda a experiência que o Canadá tem lhe dado.

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