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Plano de celular sem contrato (também) pode virar dor de cabeça

Operadoras de celulares são sempre um problema. Se no Brasil essas empresas costumam liderar os rankings de reclamações dos órgãos de defesa do consumidor, no Canadá a história não é diferente. Por isso, é muito importante ficar atento aos planos oferecidos e aos “catches“ contratuais.

Na procura por um plano de celular temporário durante meu intercâmbio no Canadá, escolhi um “contract-free” – pelo menos eu pensei que fosse. Dez meses depois, o suposto bom-negócio se tornou uma batalha interminável com a empresa telefônica, que resultou em um prejuízo de mais de $500 e o desgaste de defender o meu ponto de vista, em inglês para dificultar.

Em junho do ano passado, fechei um plano com uma operadora canadense em que conseguiria um BlackBerry e uma série de outros benefícios por $55. A única condição existente era um depósito de $250, que eu pegaria de volta após seis meses.

Quando voltei ao Brasil em novembro, ainda mantive minha conta ativa por mais um mês a fim de completar o tempo necessário. Assim que consegui reaver o dinheiro do depósito, liguei cancelando o plano – processo bem tranquilo, não tive o menor problema. Um mês depois, começou um pesadelo com a empresa.

Enviaram uma carta à minha antiga casa alegando que eu deveria pagar $506 pela quebra do contrato (detalhe: meu aparelho custa hoje $299 na BestBuy). Segundo eles, meu plano estava sujeito ao SuperTab – um montante de onde mensalmente eles abatiam 10% da minha conta. Em outras palavras, todo mês, 10% da minha conta era deduzido de um valor total, o qual eu deveria zerar antes de me desligar da operadora (o que, considerando o gasto mínimo, levaria até seis anos).

O contrato, obviamente, não detalhava essa cláusula, apesar de mencioná-la. Pelo que pesquisei depois, o SuperTab é conhecido (e mal quisto) entre os canadenses, mas quem vem de fora e desconhece as pegadinhas locais torna-se a presa ideal das operadoras.

Enquanto negociava com a empresa essa questão, eles enviaram meu nome a uma companhia de crédito do Canadá – o equivalente ao SPC/ Serasa no Brasil. Fui obrigada a pagar pela conta para evitar problemas maiores. Somando todos os impostos e IOF, meu prejuízo foi ainda mais alto.

Continuo em contato com a empresa para reaver esse dinheiro, em uma briga que vai além do prejuízo financeiro. Claro que aqui fica uma versão resumida da história, mas acho importante dividir para que outras pessoas não passem pelo mesmo problema. A questão dos tricky contracts é tão séria que o governo trabalha em ações para obrigar as companhias a serem mais claras em seus contratos.

De qualquer forma, fica aqui uma experiência ruim que serve de aprendizado também.

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