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Cinema: Cosmopolis

Filme canadense nomeado à Palma de Ouro 2012 (Cannes) do super renomado diretor David Cronenberg, de TORONTO (em letra maiúscula por ser minha cidade… hehehe). Eu lembro que, na época que lançaram o filme, eu o evitei por causa do pôster de divulgação. Não sou um fã da “arte” da atuação de Robert Pattinson. Mas quem vê só cara não vê c…

O plot é simples. Um jovem bilionário que resolve atravessar NYC de limousine para ir cortar seu cabelo num dia onde o trânsito estava um caos (o presidente, na cidade, sofrendo atentado, protestos de anarquistas, funeral de celebridade em céu aberto e tudo mais de errado que poderia acontecer). No caminho, ele descobre que ficou falido e entra num processo de auto destruição. Você já viu “Um dia de fúria?”. É por aí, mas sem fúria.

O filme também é uma crítica ao capitalismo selvagem e à desigualdade social, e curiosamente foi escrito um pouco antes da última grande crise financeira. Robert Pattinson representa os 1%.

The Good

O filme se passa quase todo dentro do carro, e Cronenberg conseguiu deixá-lo interessante com as poucas opções de ângulos que tinha. Por mim, o filme poderia se passar todo apenas nesse cenário que me agradaria.

O filme é baseado no livro de mesmo nome de Don DeLillo, considerado um dos pilares da literatura pós-moderna (depois disso, vem o quê?). E é nesse ponto que a obra é ótima e péssima ao mesmo tempo, dependendo de como você irá digeri-la. DeLillo é um poço sem fundo de criatividade e, às vezes, mesmo não fazendo o menor sentido, prendeu minha atenção. Não tem gente que adora ver arte abstrata? Então… por aí. A experiência desse tipo de arte é muito pessoal. Difícil de sugerir ao próximo esperando que tenham a mesma reação.

Quanto ao Pattinson, seu personagem é alguém que luta desesperadamente para sentir algo. Deixar de ser tão apático ao sentimento alheio. Sua vida se divide em analisar tendências financeiras e sexo casual. É um papel com a cara dele e ele não decepciona.

A única parte que Pattinson passa a ser um mal ator foi contracenando com o ótimo Paul Giamatti. Um choque de talento.

The Bad

É muito fácil achar pessoas que odiaram o filme. Não porque é um filme “difícil de entender” e sim por não fazer o menor sentido em vários momentos. Tem diálogos como:

– Você irá me matar? 
– Vou.
– Minha próstata é assimétrica.
– A minha também.
– O que significa isso?

Pra mim a obra é mais uma fantasia do que um drama realístico. Se for querer queimar neurônio para tentar entender tudo, irá odiar. O segredo é tentar pegar carona na limousine de Pattinson e aproveitar os bons momentos da viagem (e sim, tem momentos muito bons).

The Prolix

Pattinson merece elogios por ser um ator tão esforçado em tentar se provar maior que um vampiro que brilha. No “auge” da carreira ele optou por fazer filmes de orçamentos que não pagariam nem a energia do set de Twilight. E esse ano sairá um outro filme de David Cronenberg com ele: Maps to the Stars.

David Cronenberg é outra pessoa que tem se arriscado. Sua fama é de ser o “mestre do terror psicológico”. Lembra daquele ótimo filme nojento da sessão da tarde que o cientista virava uma mosca? A Mosca, de 1986, é dele.

Acho legal ver esse povo tentando sempre sair da zona de conforto sem abandonar completamente sua identidade. Cosmopolis também tem seu lado aterrorizante.

Enfim…

Não vou indicar pra não perder amigos mas acho que vale o risco de apreciar algo diferente do usual. Eu mesmo não costumo gostar desse tipo de filme e gostei. E melhor ainda, me fez colocar Cronenberg na listinha de diretores de quem vou assistir a tudo daqui pra frente.

Clique para assistir ao trailer.

Diogo Lopes mora em Toronto e aproveita seu tempo "livre" de TTC para assistir e escrever sobre filmes para seu site pessoal de cinema. No OiCanadá, escreverá sobre filmes canadenses que valem a pena ser vistos.

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