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O dia em que furtaram meu celular, em Toronto

Toronto foi considerada a 8ª cidade mais segura do mundo, segundo pesquisa da revista The Economist. Faz sentido, percebemos isso. Porém, nem tudo é tão perfeito assim. Pequenos furtos ainda acontecem rotineiramente. Eu e muitas outras pessoas já fomos vítimas deste tipo de crime, e em Toronto. Mas, como encarar o fato de que essa realidade é social e não geográfica?

Há cerca de um mês, eu e minha família estávamos numa piscina pública na Riverdale Park East. Ficamos ali por uma hora. Tempo suficiente para alguém pegar nossa bolsa no guarda-volumes e levar: celular, cartão do banco e mais alguns trocados. A administração do local foi muito solícita, encontraram a bolsa numa sala qualquer por lá. Mas, o estrago já estava feito. Não havia câmeras de segurança. Registramos uma ocorrência no local.

Tati Coelho é de São Paulo. Já mora em Toronto há algum tempo. Numa tarde qualquer, no meio da semana, notou dentro do streetcar a presença de dois caras estranhos. Eles se aproximaram dela um pouco antes de descer. Mas, foi somente depois que estava já na rua que ela notou que seu celular já não estava mais na sua bolsa. “É muito revoltante”, disse ela.

Jeremy Cook, 18 anos, morava em Brampton. Perdeu seu celular em um táxi. Resolveu, então, rastrear o aparelho. Chegou até o local em que supostamente estava o celular, em London (cidade a 200 km de Toronto). Ao questionar o sujeito sobre seu smartphone, ele foi morto ali mesmo pelo bandido – aliás, um grupo deles. Cook, em seu perfil no Twitter, descrevia-se como uma pessoa “apaixonada por muitas coisas”, que infelizmente morreu por causa de um smartphone.

Todos por aqui, ainda assim, sentimos a sensação de segurança ao andarmos pelas ruas de madrugada, em deixarmos os carros estacionados nas ruas sem muita neura, em abrirmos nosso notebook no metrô e mesmo no uso normal de um smartphone numa rua qualquer. A segurança é real. Mas, independente de onde estamos, o excesso de confiança pode ser aquilo que nos trai.

Não há números exatos com relação ao furto de celulares, mas são muitos a cada dia. Ainda mais com tudo o que se pode fazer com um “simples” celular. A Polícia de Toronto, pelo menos comigo, foi taxativa (quando questionados sobre o que eu deveria fazer se encontrasse pelo rastreador meu smartphone): “Esqueça. Não vamos nos deslocar para questionar ninguém sobre seu aparelho. Você não viu o caso de London? [o caso do Jeremy Cook]”.

A revolta é certa. O transtorno é inevitável. A bílis da raiva vai escorrer pelo estômago. Mas, como o policial Sidhu nos disse: “São coisas que podem ser adquiridas novamente, a vida não”. Isso vale para qualquer cidade de qualquer país com seus indignos bandidos movidos por motivos banais. Então, seguem algumas dicas da Polícia de Toronto para serem relembradas e seguidas aonde quer que você esteja:

  • não reaja caso seja abordado por um assaltante; porém tente gravar detalhes físicos do bandido;
  • obedeça as ordens do assaltante, não o contrarie, tente gravar a direção que ele tomou após o furto;
  • não deixe seu celular ou carteira exposta em carrinhos de compra, carrinhos de bebê, ou com sua bolsa aberta;
  • proteja seu celular com senhas, faça backups constantemente, salve algumas informações on line;
  • se possível faça um seguro do seu aparelho;
  • caso seu celular seja furtado em Toronto, ligue para (416) 808 2222, com as seguintes informações: seu email e número do telefone, data da ocorrência, local e serial number do aparelho (tecle #06# para descobrir);
  • evite carregar senhas pessoais anotadas em papéis na sua carteira;
  • de preferência a andar com cartão bancário do que dinheiro em espécie;
  • em locais com aglomerações de pessoas leve seu celular, carteira e documentos no bolso da frente.
  • dê uma olhada nos guias de prevenção a roubo e segurança pessoal da Polícia de Toronto, além do vídeo educativo sobre furto de celular [em inglês];

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Paulistano de berço (São Paulo), Filósofo de formação (Unicamp), Blogueiro dedicado (Blog Numa Fria), Descobridor de Toronto em família (2014).

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