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Vem aí um novo teste de cidadania

Para os imigrantes, obter a cidadania canadense é uma garantia de estabilidade de participação total no país. Mas para assegurar este status é preciso passar por um processo que culmina em um teste cujo conteúdo está prestes a ser atualizado.

Ao se naturalizar canadense, os imigrantes ganham o direito de votar nas eleições municipais, provinciais e federais, de participar de referendos e de se candidatar não só a cargos políticos, mas também a uma série de postos de trabalho que exigem um nível elevado de segurança, como acontece, por exemplo, com vários postos do governo federal.

Para obter a cidadania, a pessoa precisa ter vivido no país como residente permanente por, no mínimo, 1.095 dias, contados nos últimos cinco anos. Tem também que dar conta de se comunicar em pelo menos uma das línguas oficiais do país, que são o francês e o inglês. O candidato não pode ter ficha criminal e precisa passar em um teste que traz perguntas sobre direitos e responsabilidades dos cidadãos do país, além de questões sobre geografia, história e o sistema político canadenses.

Para este teste, é preciso estudar um guia publicado pelo governo conservador de Stephen Harper há mais de uma década, o Discover Canada: The Rights and Responsibilities of Citizenship. A publicação foi atualizada de leve em 2012, mas continua sendo pesadamente criticada e está à beira de ser repaginada.

Críticas

O problema é que o conteúdo do livreto tem uma forte distorção ideológica, às vezes omitindo ou apresentando meias verdades sobre a relação histórica entre os nativos e outras minorias, enquanto pinta um quadro heroico do passado militar do país e da ligação do Canadá à monarquia britânica.

Ciente do problema, o governo liberal de Justin Trudeau ensaia agora a apresentação de um novo guia que deve trazer uma virada total do conteúdo que passaria a se concentrar em três temas amplos e vagos — relacionamentos, oportunidades e compromisso, como afirmou o secretário de comunicação do ministério da Imigração, Alexander Cohen.

Segundo o ministério, a ordem é apresentar uma versão mais equilibrada sobre a questão indígena no país e o tratamento brutal historicamente dado a eles, trazer à tona a diversidade cultural do país e seu compromisso com as duas línguas oficiais do país, apresentar a luta e as conquistas da comunidade LGBTQ, das feministas e das pessoas portadoras de deficiências e fazer tudo isso usando uma linguagem mais acessível para os imigrantes.

De todo modo, a expectativa é de que o novo guia saia ainda este ano, bem atrasado em relação à primeira promessa do governo de que um novo material seria lançado no aniversário de 150 anos do país, celebrado no dia 1 de julho de 2017.

Por isso, a dica prática para quem já andou estudando o material é sair correndo e completar o processo antes da chegada da nova versão do documento, para não perder o tempo e a energia já gastos na empreitada.

Clique aqui para saber mais sobre o teste de cidadania.

Fernanda é carioca, publicitária, desenvolvedora web, co-fundadora e editora-chefe do OiCanadá. Imigrou para o Canadá no final de 2006 e se tornou cidadã canadense em 2011.

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