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Halfway Houses comprometem a harmonia de bairros

No último dia 03, quarta feira passada, aconteceu o 5o homicídio do ano em Toronto. O incidente ocorreu em uma Halfway House e levantou polêmicas.

Larisa Belekova, de 51 anos, levou várias facadas enquanto trabalhava no basement de uma Halfway House, no centro da cidade. A vítima era a gerente do The Dara Residence, local de moradia para pessoas com algum tipo de deficiência mental.

As Halfway Houses funcionam quase como pousadas, não somente para deficientes mentais, mas algumas delas também para ex-presidiários e ex-drogados em fase de reabilitação.

O valor do aluguel, pago com a ajuda financeira oferecida pelo governo, inclui quarto mobiliado, geralmente compartilhado, três refeições e um lanche diários, indoor laundry, internet e TV a cabo, limpeza, telefone para ligações locais, jornais e revistas, equipe 24 horas no local, materiais recreativos como jogos de tabuleiro e monitoramento médico. No entanto, segundo o depoimento de um dos moradores do local, nunca se sabe se os medicamentos estão realmente sendo tomados por todos, conforme prescritos.

Roble Nour Adam foi acusado, preso no local e julgado na quinta feira passada. Ele era um dos 30 moradores da casa, morava lá há pouco tempo, em torno de dois meses. Larisa trabalhava lá 11 anos. Não existe um motivo aparente para o assassinato. Um dos funcionários do local afirmou que Adam vinha se comportando normalmente e, no dia anterior, até havia se oferecido para ajudar com algumas tarefas.

O incidente levantou uma questão já há muito tempo discutida, principalmente por aqueles que residem perto de Halfway Houses. Apesar da grande maioria dos moradores desse tipo de casa não possuir histórico criminal, muita gente se sente desconfortável e até mesmo com receio da proximidade. Nunca se sabe como um ex-dependente de drogas aparentemente estável irá reagir amanhã, ou como um deficiente mental se comportará quando se esquecer de tomar o remédio. Proprietários de imóveis também discursam sobre a desvalorização de seus patrimônios quando uma Halfway House inicia suas operações na mesma área.

Do outro lado estão aqueles que defendem a importância dessas casas estarem situadas em locais privilegiados da cidade, e dos indivíduos em recuperação serem livres para ir e vir. Muitos afirmam que a boa localização das casas é fundamental para a recuperação e reintegração de indivíduos com problemas mentais e ex-dependentes de substâncias tóxicas com a sociedade. Isolá-los poderia prejudicar o tratamento.

Larisa defendia os direitos daqueles que necessitavam de ajuda, e foi vítima do próprio discurso.

“Uma vez eu estava andando na College St e logo na minha frente havia um ‘maluquinho’ pulando atrás das pessoas com punhos fechados fingindo dar murros na cabeça dos que passavam, mas sem tocar nas pessoas.” – diz T., que mora na área da The Dara Residence há três anos.

Apesar de muitos não serem violentos, quem vive perto das Halfway Houses costuma sentir a harmonia do lugar prejudicada.

“Um dia eu voltava pra casa de madrugada e um cara que aparentava ter alguma deficiência mental veio conversar comigo, na boa. Para ser simpática, deixei que ele me acompanhasse um pouco, mas foi quando ele colocou o pênis pra fora e perguntou se eu queria tocar.”, diz G. também moradora da área onde o incidente ocorreu.

E aí? Você já teve alguma experiência deste tipo? O que acha que deveria ser feito? Esses indivíduos deveriam estar mesmo soltos em Toronto ou ter um lugar especial só para eles?

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Martha se formou em Jornalismo em Recife e veio para Toronto em 2006 para estudar Cinema, se formando pela Toronto Film School. Tornou-se cidadã canadense em 2014.

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